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1. Conferência recente, promovida pelo Fundo Monetário Nacional para refletir sobre as razões que impediram os economistas de prever e tentar prevenir a terrível catástrofe que foi (e continua sendo) a crise financeira de 2007/09, concluiu que estamos às vésperas de uma mudança na teoria e na prática da política macroeconômica. As conclusões sugerem que mesmo os modelos mais sofisticados apoiados em artilharia matemática pesada, não reproduzem a complexidade da vida econômica e, o que é pior, não contêm em si a possibilidade (ou quase a fatalidade) das crises. Todos sugerem a convergência para algum “equilíbrio”. Deixam de fora a possibilidade que a acumulação de pequenos problemas pode levar a uma descontinuidade instantânea do circuito econômico.

2. Uma das discussões da Conferência foi tentar saber se algum dia seremos capazes de evitar as clássicas crises de crédito que acompanham desde sempre a economia de mercado. Há sérias suspeitas que elas são produzidas pela própria psicologia humana, de forma que não importa o que façamos, elas estarão sempre conosco.

3. Um ponto interessante que surgiu da Conferência contraria tudo o que tem sido recomendado por uma falsa ciência monetária. A política monetária deve ter mesmo múltiplos objetivos: a estabilidade do sistema financeiro, a taxa de inflação e a taxa de crescimento do PIB (indiretamente do nível de emprego) e deve usar não apenas a taxa de juros, mas também medidas macroprudenciais para realizá-los. Isso mostra que o Banco Central do presidente Tombini está mais antenado com a confusão do “estado da arte” da política monetária do que a maioria dos nossos analistas do sistema financeiro. Estes continuam prisioneiros dos velhos preconceitos dos bancos centrais que ajudaram a criar as condições objetivas para a crise de 2007/09.

4. A recomendação inferida da Conferência é de uma política econômica pragmática, que use com cuidado e inteligência os novos instrumentos macroprudenciais e a taxa de juros. Trata-se de um formidável programa que envolve profundo conhecimento da realidade e uma reformulação da teoria. E na sua aplicação, grande humildade, paciência e muita sensibilidade.

5. É importante reafirmar a necessidade de criar-se uma absoluta coordenação entre as políticas monetária e fiscal, acompanhada dos incentivos corretos aos agentes, de uma boa regulação dos mercados e do completo respeito às identidades da contabilidade nacional. As dúvidas com relação à política macroeconômica não devem ser justificativas para o abandono das boas práticas de governança dos Estados que vêm sendo aperfeiçoadas nos últimos 200 anos.

Por Antonio Delfim Netto

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