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Antonio Moreira Leite e Michel Jager

por Alexandre Makhlouf, da Revista PODER de abril

Ser dono do próprio negócio sempre foi o sonho de Mario Chady, fundador do Grupo Trigo, conhecido por controlar as marcas Spoleto, Domino’s Pizza e Koni Store, todas sucesso no mercado de alimentação. Empreendedor por natureza, Chady e seu sócio, Eduardo Ourivio, chegaram a montar mais de sete restaurantes no Rio de Janeiro, sua cidade natal, na década de 1990. Todos fizeram sucesso, mas a falta de experiência no ramo acabou prejudicando os negócios, deixando os dois empresários à beira da falência. Em 1999, quando ouviu falar pela primeira vez no modelo de franquias, recém-chegado ao Brasil, Chady decidiu tirar do papel a ideia do Spoleto, fast-food de comida italiana, que ainda não existia por aqui. Naquele ano, na primeira feira de franchising em que ele e Ourivio apresentaram a ideia, saíram com duas lojas vendidas.

De lá para cá, o crescimento foi constante. Hoje, 16 anos depois, a empresa virou o Grupo Trigo que, além do Spoleto, engloba outras duas bandeiras: Domino’s Pizza, marca americana; Koni Store, rede de culinária japonesa. Vale lembrar que 90% dessas lojas são franquias, a maioria está em praças de alimentação e o preço de uma refeição por pessoa dificilmente ultrapassa os R$ 20. Com faturamento de R$ 730 milhões no ano passado, a meta para 2015 é chegar em R$ 1 bilhão. Em um cenário econômico de crise, o objetivo pode parecer agressivo e até mesmo impensável, mas o Grupo Trigo tem uma vantagem competitiva em relação à concorrência. “Somos donos de nossa cadeia produtiva: fábricas, centros de distribuição e importadora. Controlar todo o processo nos garante segurança e estabilidade, mesmo quando as coisas não vão bem para o país”, explica Chady, lembrando que a holding não parou de expandir  todos os anos desde sua fundação. O crescimento previsto para este ano – mais de 30% – é quatro vezes maior do que a média da concorrência. Isso levando em conta dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF): segundo a instituição, em 2014, esse mercado aumentou 7,7% .

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NOVOS CAMINHOS

Também no ano passado, a holding ainda lançou o Gokoni, delivery totalmente digital e interativo do Koni, e o Gurumê, restaurante oriental. Ainda em processo de consolidação, as duas marcas são spin-offs (empresas que nascem de um grupo de pesquisa dentro de uma companhia para explorar um novo produto ou serviço) da temakeria Koni Store, comprada em 2008 e muito bem-sucedida no Rio de Janeiro. Michel Jager, sócio do grupo e diretor do segmento de culinária japonesa, criou a marca dois anos antes e, mesmo depois de seus antigos sócios terem pulado fora com a aquisição, foi convidado a integrar o time. “O Mario e o Eduardo deixaram claro que só fechariam negócio se pelo menos um dos sócios permanecesse para manter o DNA da marca e não prejudicar os clientes”, conta Jager. Em menos de dez anos, o Koni já representa 20% do faturamento total do Grupo Trigo, o que os motivou a focar no delivery – “comida japonesa precisa de velocidade e qualidade na entrega, o que não conseguiríamos fazer no ponto de venda” – e outro para explorar o conceito de fine dining japonês: serviço a la carte, opções gourmet e valor médio por refeição mais elevado (R$ 75 por pessoa).

Com 580 lojas espalhadas pelo Brasil e quase 8 mil funcionários, outro diferencial do Grupo Trigo é investir nos próprios talentos. Em setembro do ano passado, por exemplo, Chady passou o bastão da presidência para Antonio Moreira Leite. Hoje, ele comanda o conselho administrativo do grupo e se dedica apenas a projetos especiais. Leite entrou como gerente da Domino’s em 2005 e passou por todas as áreas da holding até chegar à  função atual. “Desde 2012 já sabia que seria presidente. Passei por um processo de coaching praticamente diário, acompanhando o Mario enquanto ele ainda estava no cargo. Sou a prova viva de que a valorização da equipe é uma premissa da empresa”, revela, destacando o Nhoque da Fortuna, programa de trainee interno criado para formar as próximas gerações que irão comandar os negócios.

SEM FRONTEIRAS

Como sucesso é o que não falta em território brasileiro, o Grupo Trigo já está alçando voos internacionais. Ainda este mês será inaugurada oficialmente a primeira loja Spoleto nos Estados Unidos – em frente ao campus da University of Central Florida, mais especificamente – que já funciona em esquema de soft opening. Assim como no Brasil, a marca chega por lá inaugurando um novo conceito, o de servir massa fresca italiana de qualidade com a facilidade do fast-food. “Sempre quisemos democratizar a boa comida e, ao contrário do que muitos pensam, o mercado americano de alimentação não está saturado”, explica Chady, que concedeu as primeiras imagens da nova loja com exclusividade para PODER. Outra novidade é que, além dos serviços de restaurante, o Spoleto americano terá uma linha de produtos e utensílios de cozinha. Mas o foco, por enquanto, continua sendo o Brasil. “Temos demandas por lojas das três franquias em todos os estados e o sistema de delivery tem crescido muito”, revela Leite.   n

DOIS COELHOS

Outra sacada do Grupo Trigo foi trazer para o Brasil o conceito store in store, muito comum nos Estados Unidos. A ideia é simples: em um único espaço de praça de alimentação, por exemplo, são instaladas lojas de franquias diferentes da holding (Domino’s e Spoleto ou Koni e Spoleto, como acima). Além de funcionar como propaganda “grátis” para eles, o modelo otimiza os custos fixos da operação – afinal, o aluguel é um só – e ajuda a chamar mais franqueados e vender mais lojas para os que já fazem parte da companhia. Por conta dessas vantagens, o Grupo Trigo também tem investido no store in store em aeroportos, onde o valor da ocupação é mais elevado, mas o fluxo é garantido. A última que segue essa linha, aliás, é uma megaloja com Spoleto, Domino’s e Koni no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. O investimento total foi de R$ 1,3 milhão e deve ser inaugurada ainda este ano

 

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