Confira a segunda parte da entrevista com Eloysa Simão, criadora do Fashion Rio.
O bate-papo foi dividido em três blocos. Para ler a primeira parte, clique aqui.
Erros e acertos
Na minha opinião, estamos todos fazendo
o melhor possível. Acertamos sempre que buscamos unir nossas características
culturais ao design internacional. Erramos sempre que esquecemos que o design,
por mais sofisticado que seja, tem de ter preço final competitivo dentro de seu
segmento. Temos muito o que aprender ainda em termos de engenharia de
produção e otimização de linha de produção.
Tupi or not tupi?
Precisamos vender a imagem do nosso
país, que é, na verdade, um grande caldeirão cultural. Já nasceu conectado a
diversas culturas e, dessa mistura, conseguiu ter uma cara própria que, entre
outras, é tropical. Não concordo com essa imagem congelada: Brasil, país
tropical! Acho muito pouco para definir tudo o que somos e toda a herança
cultural que temos.
Estilo Eloysa
Minha primeira exigência é conforto e
facilidade. Aquela história de roupa com bula não combina com meu estilo de
vida. Mas gosto de uma roupa que tenha humor e personalidade e não tenho nenhum
preconceito com estampas. Não sou muito minimalista porque não sou alta e não
faço o estilo magrinha. Portanto, roupas com muito pano, pontas e muito soltas
não me favorecem. Fora isso, sou eclética quanto às marcas que uso e tenho uma
enorme paixão por acessórios. Todos, principalmente bolsas.
Moda brasileira, cadê?
Acho que falta um estilista que
consiga traduzir o Brasil de uma forma internacional e inédita: alguém que mude
a visão que todos têm da roupa ou da forma de usá-la, seja na proporção, seja na
combinação.