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Joanna Moura / Crédito: Instagram
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O ano era 2011 e na época que pouco se falava sobre consumo excessivo, Joanna Moura surgiu na internet com o projeto ‘Um Ano Sem Zara’, que virou um blog de sucesso. A ideia era passar um ano inteiro sem comprar nenhuma peça de roupa ou acessório: nem sapatos, nem bolsas, nem lenços, nem uma fivela de cabelo. Tanto esforço e ensinamento fizeram com que Joanna, ou Jojo, como gosta de ser chamada, conquistasse um público fiel que a acompanha até hoje.

Nessa época, a blogueira e influenciadora tinha 27 anos e agora, aos 36, ela passa por um novo processo: o de aceitação dos cabelos brancos. No Instagram, Jojo tem compartilhado com 86 mil seguidores cada passo dessa jornada, começando por largar os fios loiros para assumir o tom natural.

 

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Outro dia eu postei uma foto minha sem filtro nos stories. Acompanhando a foto vinha um textinho que dizia que essa era a minha pele de verdade, com direito a olheiras e rugas e manchinhas. Pouco depois de postar, recebi uma mensagem por inbox. Nela, a pessoa apontava um comportamento que ela andava percebendo de forma recorrente em suas redes sociais. E me questionou: por que será que sempre apontamos os nossos “defeitos” quando postamos uma foto natural? Sem pensar duas vezes, usamos a auto-crítica como um escudo contra as possíveis críticas alheias, como quem avisa: “ó já tô aqui apontando a minha olheira antes que você saia por aí falando mal dela” A mensagem terminava com uma espécie de provocação: “E se ao postar uma foto sem filtro a gente simplesmente tentasse enxergar a nossa beleza natural? Aquela que é bela justamente por causa de suas particularidades e não apesar delas.” E se? Pronto. Essa aí sou eu. ❤️

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“Nunca imaginei que um cabelo cinza ia me render tanta alegria. Alegria de me olhar no espelho e me sentir eu, de me achar bonita de verdade depois de um ano e meio de altos e baixos e das transformações da maternidade, de me sentir jovem e plena aos 36. Mas para além da revolução interna tornar público nesse mundo digital a decisão e consequente jornada de ‘engrisalhar’ me trouxe acolhimento, conexão e propósito”, começou Jojo.

“A cada mensagem de encorajamento, a cada cabeleira ‘ostentandora’ de dois, três ou quatro dedos de cinza que vejo por aí, a cada pessoa que me fala “achei meus primeiros brancos e isso me trouxe felicidade” minha esperança se renova de que pouquinho em pouquinho, a gente vai mudando as coisas, quebrando os tabus, libertando umas às outras”, concluiu no primeiro post que fez anunciando o novo visual.

Nessa fase, Jojo tem apenas um foco: encorajar outras mulheres a se aceitarem através da sua experiência e história. A influenciadora digital revelou que o primeiro fio branco surgiu aos 18 anos. “Eu não sabia bem o que sentir. Ao meu redor não tinha uma referência sequer de cabelos grisalhos com a qual eu pudesse me identificar. Nem em casa, nem na tv, nem na rua, nem nas revistas”, escreveu.

 

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Aos 18 anos, quando apareceu o meu primeiro fio branco, eu não sabia bem o que sentir. Ao meu redor, não tinha uma referência sequer de cabelos grisalhos com a qual eu pudesse me identificar. Nem em casa, nem na tv, nem na rua, nem nas revistas. Não é que eu ouvia gente falando mal, não. Cabelo branco era um não-assunto, uma não-possibilidade. Como uma fábula que tinha sido inventada num tempo que a gente nem lembra mais, uma espécie de monstro do lago Ness capilar. Todo mundo já tinha ouvido falar, mas ver mesmo, ninguém tinha visto. E nessas de não ter referência, a gente cresce achando que não dá pra ir por esse caminho. Que o normal é esconder, é camuflar, é fingir que não tá ali, que não existe. Há alguns anos eu resolvi quebrar esse pacto de silêncio. Fui deixando meu monstro do lago Ness colocar a cabeça fora d’água na praça pública da internet. No início rolou muito estranhamento. Como assim? Mas você é tão nova! Por que não pinta? Você é tão bonita pra deixar esse cabelo branco assim. Aí veio a pandemia. E um monte de gente se viu obrigada a encarar seus cabelos naturais pela primeira vez em anos. Mulheres que começaram a pintar os cabelos há tanto tempo que nem sabiam se tinham brancos ou não. E enquanto muitas voltaram correndo pra tintura na primeira oportunidade (e tudo bem, tá tudo certo curtir pintar o cabelo), outras se redescobriram nos grisalhos. Há um mês eu resolvi criar o movimento #grisalhonãoédesleixo . Funciona assim: toda quinta-feira eu vou lá nos meus Stories mostrar com orgulho esses fios brancos que agora me emolduram. E convido todas as mulheres que também abraçaram seus grisalhos a fazer o mesmo. O intuito é simples: criar referências. Mostrar que tem um tanto de mulher inteligente, bonita, interessante, sexy, estilosa… e de cabelo branco. Inspirar. Desmistificar. Afirmar que cabelo branco é normal, bonito e POSSÍVEL. A verdade é que a gente não deseja o que não conhece. A gente não admira o que não vê. Eu tô aqui pra tirar o meu monstro do lago Ness do armário e mostrar que ele é real e tá longe de ser um monstro. Obrigada a todas as grisalhas que embarcaram nessa comigo. Sigamos. #grisalhonãoédesleixo

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Com a falta de referência, Joanna não cogitava a hipótese de assumir o cabelo grisalho e fez o que grande parte das mulheres normalmente fazem: esconder e camuflar. “No início rolou muito estranhamento. Como assim? Mas você é tão nova! Por que não pinta? Você é tão bonita pra deixar esse cabelo branco assim”, disse. Em certa parte do texto, Jojo revela que a pandemia foi uma das responsáveis pelo processo de aceitação. “Um monte de gente se viu obrigada a encarar os cabelos naturais pela primeira vez em anos. Mulheres que começaram a pintar os fios há tanto tempo que nem sabiam se tinham brancos ou não. E enquanto muitas voltaram correndo para tintura na primeira oportunidade (e tudo bem, tá tudo certo curtir pintar o cabelo), outras se redescobriram nos grisalhos”, contou.

Através disso, Jojo criou o movimento ‘Grisalho Não É Desleixo’, que conta com uma hashtag especial no Instagram em que é possível encontrar fotos de várias mulheres que estão no mesmo processo. Dá uma espiada na tag e confira outros cliques de Joanna.

 

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Fazia semanas que eu não me arrumava. Passava dias inteiros de pijama, aconchegada, trabalhando diretamente do casulo confeccionado com meu roupão atoalhado branco. Elegi um uniforme para as eventuais saídas de casa. Uma calça de tricô e um pulover azul marinho. Eu odeio azul marinho. Em cima, o casaco preto. Embaixo, tênis brancos sujos da lama seca das saídas eventuais anteriores. Só conseguia pensar em me livrar de 80% do que mora no meu armário. Um tanto de coisa sem vida, sem sentido, sem utilidade. Ocupando espaços também dentro de mim. Espaços que eu nem tenho mais pra oferecer pra esse tanto de roupa. Tento agora lembrar de um dia específico, mas é difícil. O tempo parece uma grande massa uniforme. Trabalho na mesa da sala, reunião no zoom com a câmera desligada, mercado, playground. Repete. O dia da marmota chegou e eu tava vestida de fucking azul marinho. Nesse domingo fez sol e eu quebrei a maldição. Coloquei a calça de veludo, o casaco com ombreiras, o chapéu novo que comprei no mercado de rua. Me vesti daqueles 20% do armário que fazem todo sentido. Desse dia eu lembro de tudo. Da luz alaranjada, do vento frio no rosto, do gosto do macarrão comprado na barraquinha na rua, da areia do parquinho grudada nos meus dedos. Como a música que toca na hora certa e deixa mais vivas as nossas memórias, me vestir de mim mesma sempre ajudou a carimbar o tempo, a embalar esses dias especiais. Especialmente nesse ano enevoado de repetições.

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Sociedade: “Grisalho é feio / envelhece/ é sinal de desleixo” Eu:

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