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O ator está contando os meses para voltar para às novelas, em ‘Bom Sucesso’, próxima trama das 7

A vida de Lúcio Mauro Filho é mesmo cheia de surpresas e improvisos. Aos 44 anos, o ator se viu em diversas situações inusitadas nos últimos tempos. Em 2018, prestes a ser pai novamente, em uma gravidez totalmente inesperada de sua mulher Cíntia, aos 45 anos, e em cartaz com ‘5X Comédia’, Lúcio precisou se virar para dar conta da família e do trabalho.

Depois de tudo resolvido, ele retornou à peça, e veio mais um desafio. Mudar o tema de seu monólogo depois de anos em cartaz: de poliamor para dependência virtual: “Eu tive dez dias para ensaiar o novo texto. Fiquei o carnaval todo focado nisso. O outro roteiro, sobre poliamor, mudava a classe indicativa, e não queríamos perder as famílias nas plateias dessa turnê mais acessível”, conta.

Apesar de seus maiores sucessos serem de personagens cômicos – e ele não foge disso – o humorista não tem medo de assuntos sérios. Nas redes sociais, sempre se posiciona politicamente, e revela ao Glamurama: “A comédia brasileira sempre falou de política com Chico Anísio e Jô Soares, por exemplo. O público precisa entender que a comédia e a política estão perto: na política, você tem muitos personagens caricatos que são pratos cheios para o humor, principalmente nesse governo. Tá difícil competir”, reflete. Sem censura, conversamos com Lúcio Mauro Filho. Vem conferir! (por Jaquelini Cornachioni)

Glamurama: “5X Comédia” fez muito sucesso nos anos 1990 e voltou repaginado. Quais são os planos para a peça?

Lúcio Mauro: Bem, um passo de cada vez. Nós vivemos um momento cultural diferente, as torneiras foram fechadas, existe dificuldade de patrocínio e essas situações. E isso é uma pena, eu sinto que a cultura, algo tão importante para a sociedade, foi demonizada. Mas, de qualquer forma, vamos completar três anos em setembro e acredito que conseguimos ficar mais tempo em cartaz.

Glamurama: Qual a maior conquista deste grupo?

Lúcio Mauro: Salas cheias! O país está em crise e sabemos como é difícil frequentar teatro nessas condições. Por isso, voltamos com proposta mais acessível. Outra coisa incrível é que, como abaixamos o preço, o público é mais variado, de pessoas que realmente se esforçaram para nos assistir.

Glamurama: Como é o processo de criação de textos do ‘5X Comédia’?

Lúcio Mauro: A Monique Gardenberg (diretora) encomendou textos inéditos para deixar essa versão do ‘5X Comédia’ de acordo com a nossa geração. Ela chamou Antonio Prata, Julia Spadaccini, Jô Bilac, Pedro Kosovski e Gregório Duvivier para escrever os roteiros. Na hora da leitura, me identifiquei muito com o texto do Gregório que fala sobre dependência virtual. O personagem tenta meditar e não consegue porque o celular não deixa e essa é uma questão muito atual. Hoje em dia, as pessoas acordam e já olham o Whatsapp, o Facebook e muitas vezes o que elas leem primeiro ditam o humor ao longo do dia: pode ser uma notícia ruim, uma imagem feia que enviam no Whatsapp. Isso é muito prejudicial. Tive a liberdade de escrever ao lado dele, dar ideias.

Glamurama: Qual foi o maior desafio?

Lúcio Mauro: Sempre é um desafio encontrar o ‘timing da comédia’. Agora, com uma cena nova, estou passando pelo processo de criação de um personagem cômico, mas sem ser muito caricato. Quero que as pessoas entendam a importância do tema ao mesmo tempo em que dão risada. Durante esses anos de ‘5X Comédia’, a minha vida mudou também: fui pai novamente e de um jeito surpreendente, não esperava.

Glamurama: Então a sua vida deu uma reviravolta, né?

Lúcio Mauro: Completamente! Sai da peça para cuidar da minha esposa porque sabíamos que era uma gravidez diferente. A Cíntia já estava com 45 anos e nós nem esperávamos que isso fosse acontecer. Depois do nascimento da Liz, esperei três meses para voltar ao teatro.

 

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Glamurama: O que pode adiantar sobre seu personagem na próxima novela das 19h, “Bom Sucesso”?

Lúcio Mauro: O Mario será o editor chefe de uma grande editora, que pertence ao personagem do Antônio Fagundes, e apaixonado pela Nana (Fabiula Nascimento), mas ela tem outro amor e eles vão viver um triângulo amoroso. Gosto de dizer que o Mário é bem humorado, e não baseado no humor. Fazer novela é incrível, passei 18 anos afastado desse mundo e querendo voltar, então surgiu essa oportunidade em ‘Bom Sucesso’.

Glamurama: Quais as diferenças entre fazer humor na TV, no teatro e no cinema?

Lúcio Mauro: A diferença básica é que no cinema ou você tem um texto muito bem escrito e que pode seguir à risca, ou um texto de comédia muito ruim e que cabe a você salvar. Posso ser polêmico falando isso, mas é verdade. É muito mais difícil fazer comédia no cinema e na TV, do que no teatro, que possui uma apuração maior e, às vezes, mais tempo de ensaio. O processo teatral tem uma carpintaria mais sofisticada. Comédia é timing, e acertar nem sempre é fácil. Daqui duas semanas voltam as gravações de ‘Escolinha do Professor Raimundo’ e tenho vários projetos com o Bruno Mazzeo, mas ainda é segredo.

Glamurama: Espera chances para atuar longe da comédia?  
Lúcio Mauro: Eu já fiz drama e personagens trágicos. Fui Hamlet no teatro, por exemplo. Mas o fato é que quando você trabalha muito dentro de certo gênero, te colocam numa prateleira e eu estou na da comédia. O Tuco (A Grande Família) ajudou nisso. Inclusive, só comecei a fazer personagens mais maduros nesses últimos anos. Como o Tuco tinha aquela pose mais jovem, descontraído, achavam que eu era bem mais novo. Até que, quando atuei no filme ‘Elis’, lembraram que eu já tinha 40 anos.

Glamurama: A comédia brasileira tem falado muito sobre política (favor ou contra). Isso é reflexo dos tempos atuais? Tem medo de sofrer algum tipo de censura?

Lúcio Mauro: A comédia brasileira sempre falou de política com Chico Anísio e até mesmo Jô Soares. O público precisa entender que a comédia e a política estão perto: na política, você tem muitos personagens caricatos que são pratos cheios para o humor, principalmente nesse governo. Tá difícil competir. Nós vemos uma quantidade de figuras exóticas à frente da educação e de outros ministérios também, e todos eles acabam sendo alvo dos humoristas. Mas não tem como negar…o momento é truculento. Algumas figuras que governam nosso país, e também seus eleitores, vivem com ranço e ódio, principalmente de artistas. Tento lidar da melhor maneira. Não vou deixar de me posicionar,  respondo aos ataques de ódio com muita educação. Quem é agressivo com as palavras, faz isso porque não quer aceitar o argumento do outro.

Glamurama: Alguns humoristas têm recebido muitos ataques na internet…
Sim, tenho acompanhado. Até entendo que, por muitos anos, as piadas brincavam com a aparência ou características de algumas pessoas. Quem sou eu para julgar outros humoristas? Mas essa não é a maneira como trabalho. Gosto de fazer outro tipo de humor, algo que não torne as coisas ainda mais tensas. O mundo tá tão pesado e o papel do humor é deixar tudo mais leve.

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