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Marcos Palmeira
Marcos Palmeira || Créditos: Divulgação
Marcos Palmeira || Créditos: Divulgação

Por Michelle Licory

Marcos Palmeira é o preguiçoso e boa praça urso Baloo na versão brasileira do novo filme do clássico “Mogli – O Menino Lobo”, da Disney, que estreou essa quinta-feira. O ator solta a voz no hit “Somente o Necessário” – e não fez feio. Pelo contrário: a música da trilha nacional ficou uma delícia. Engraçado é que a gente não lembra de ter escutado Marcos aproveitando esses dotes… A gente foi conversar com ele sobre isso.

Sempre tímido numa roda de viola

“Em ‘Stelinha’, primeiro longa do Rubem Fonseca, com Esther Goes, lá na década de 80, fiz um roqueiro que cantava uma música do Paulinho Moska. De lá pra cá, eu dei uma travada. E de repente, quando me convidaram para esse personagem em ‘Mogli’, falei: ‘Ah, vou tentar cantar’. A música é uma graça. Fui me soltando, brincando. Fiquei surpreso com o resultado. Aí voltei a fazer aula de canto. Estou com vontade de investir nisso: o canto não para ser cantor, mas pra me soltar mais como ator, poder cantar. E sou sempre tímido numa roda de viola, até canto dependendo do grau etílico, mas menos do que gostaria. Agora estou mais à vontade”.

É quase um crime

Perguntamos se “somente o necessário” é um ensinamento que ele gostaria de passar para sua filha, Julia [da união com Amora Mautner], ou se não soa um pouco como a lei do menor esforço. “As duas coisas. E a lei do menor esforço nem sempre é uma coisa ruim, ligada à preguiça. Às vezes é uma inteligência: gastar energia apenas com aquilo que realmente te interessa. Hoje em dia a gente dá muito valor a muitas coisas. O que é realmente importante, necessário e tem que te mobilizar de verdade? As mídias sociais, você o tempo todo plugado… Todo mundo é opinativo, um bando de especialista em tudo. Sem ser. A gente fica se cobrando… E essas brigas nas redes. Ninguém pode ter opinião diferente. Se perdeu a discussão, o diálogo, a conversa. Você não pode divergir mais. É quase um crime”.

Gasta quando precisa

“O que é necessario? O Baloo vive isso plenamente e assim dá certo. Ele encara o tigre, encara o macaco. E é um urso, não tem muitos recursos. Então gasta quando precisa. E cai dentro, escala a montanha atrás do Mogli. Na verdade, ele nem é preguiçoso, só vive a vida numa boa. É uma sabedoria. As pessoas falam que índio é preguiçoso. Índio caçando você não acompanha. É muito rápido. Ele usa a energia no que precisa. Caçou? Resolveu? Aí leva um tempão pra assar o peixe… O Baloo vai pelo caminho mais fácil. mais simples. Ele é pesado, tem outro ritmo, deslocamento. O urso tem que agir como um urso, não um gato. Mas o tempo inteiro a gente está se superando na vida. Nunca assuma compromisso com a eternidade. É preciso estar preparado para transformações. O Baloo viu que a cobra ia comer uma criança [Mogli] e a salvou. Depois que viu que ela poderia ser útil”.

Estou na briga; sou matador

Sobre seu papel na novela “Velho Chico”… Será que ele tem chances com Camila Pitanga? “Não sei, estou na briga. Sou vilão, matador, com algumas mortes nas costas. Pretendo ser odiado na rua, mas através do amor o Cícero [seu personagem] pode se redimir. E ele é extremamente apaixonado pela Maria Tereza [papel da atriz]. Camila é minha amiga de infância, companheira de grandes trabalhos e uma profissional fantástica. Está sendo ótimo”.

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