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A Netflix decidiu não renovar o contrato de US$ 100 milhões (R$ 552 milhões) assinado com Meghan Markel e o príncipe Harry em 2020. O acordo, que previa a produção de conteúdo audiovisual sob o selo Archewell Productions, chega ao fim em setembro, depois de cinco anos de uma parceria que gerou atenção inicial, mas resultados editoriais desiguais. A decisão reflete uma mudança estratégica da gigante do streaming, que tem reavaliado contratos exclusivos com celebridades em busca de modelos mais flexíveis e sustentáveis.

O maior sucesso dos ex-royals com a Netflix foi a série documental “Harry & Meghan”, lançada em 2022. A produção alcançou 81,6 milhões de horas assistidas em apenas quatro dias e se tornou uma das estreias mais vistas da categoria no Reino Unido. No entanto, os projetos subsequentes não repetiram o mesmo desempenho. “With Love, Meghan”, programa de culinária e estilo de vida liderado pela duquesa, ficou longe do topo das audiências. Já “Heart of Invictus”, docussérie idealizada por Harry, recebeu críticas mistas e passou despercebida pela maioria do público.

Apesar do fim do contrato de exclusividade, a relação entre o casal e a Netflix não está totalmente encerrada. Segundo fontes ouvidas pela imprensa norte-americana, “With Love…”  já tem uma segunda temporada confirmada, prevista para estrear ainda nesse ano. A expectativa é que futuros projetos possam ser negociados caso a caso, dentro de modelos de licenciamento mais ágeis e com menor comprometimento de longo prazo por parte do estúdio.

A decisão da Netflix se insere em um movimento mais amplo da indústria do streaming, que vem priorizando parcerias menos onerosas e com maior foco em rentabilidade imediata. Nos bastidores, executivos da plataforma têm sinalizado que contratos multimilionários e até bilionários com nomes de alto perfil nem sempre se traduzem em engajamento proporcional, especialmente quando as produções não conseguem dialogar com audiências além do interesse midiático inicial.

Para Meghan e Harry, o momento exige reposicionamento. Fora da monarquia desde 2020, a duquesa e o duque de Sussex têm apostado em outras frentes – Meghan com sua marca de lifestyle American Riviera Orchard e Harry em iniciativas filantrópicas e corporativas nos Estados Unidos e no Reino Unido. O término do contrato com a Netflix não representa um colapso de imagem, mas evidencia os limites do capital simbólico quando não sustentado por entregas consistentes no campo do entretenimento.

A saída dos Sussexes do catálogo da Netflix marca o encerramento de uma fase simbólica da independência midiática do casal, que agora precisará demonstrar relevância criativa e capacidade de execução em um mercado menos indulgente. A audiência, que inicialmente os acompanhou por curiosidade, hoje parece exigir mais do que sobrenome e pede, acima de tudo, conteúdo. Algo que, para o streaming, vale mais que qualquer título ou cifra.

(Crédito da imagem: Reprodução)

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