Existem alguns prazeres que são até difíceis de se descrever. Exemplos? Fui assistir ao filme “My Blueberry Nights” tradução de “Um Beijo Roubado”, que aliás, acho que não tem muito a ver… e aconteceu uma coisa quase inédita: desde as primeiras cenas sucumbi às cores intensas, à fotografia, à direção moderna, ao filme em si do diretor Wong Kar-wai. Um prazer atrás do outro. Sensação de ser o tempo inteiro surpreendida por alguma boa sensação, alguma nova informação, algo que mobilizasse os meus sentidos de uma maneira muito agradável. O roteiro, muito bom. Mas a constante sensação de informações novas, inusitadas, esteticamente agradáveis a cada take é uma coisa que raramente se vê. Um trabalho de equipe, com o olhar preciso do “dono”. Aliás, foi uma coisa parecida com o que senti assistindo ao maestro Daniel Barenboim reger a orquestra alemã com a qual ele se apresentou em São Paulo. Um gênio que conduz sem partitura, cheio de personalidade, cheio de charme. E uma incrível orquestra onde todos são as estrelas…Um som que saía do cosmos. Sorte a minha de ter essas possibilidades. E sorte a minha de me deixar levar por elas.
Muito prazer