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O protesto, Dilma Rousseff entre Eduardo Paes e Sérgio Cabral, João Roberto Marinho, Ernesto Neto e Gilberto Gil

O Museu de Arte do Rio, MAR, uma parceria da prefeitura com a Fundação Roberto Marinho, foi inaugurado nessa sexta-feira, dia do aniversário da cidade, apenas para convidados. Entre eles, de Gilberto Gil a Narcisa Tamborindeguy. Todos conviveram com o maior barulho, ininterrupto, vindo da rua: uma manifestação de decibéis potentes, que gritava para protestar “reage artista” e esticava faixas do tipo “‘revitali$ar’ pra quem?”. Basicamente, eles pediam a reabertura dos teatros fechados por questões de segurança, depois do incêndio em Santa Maria, e questionavam o projeto de revitalização da zona portuária, onde fica o museu.

Em seu discurso, João Roberto Marinho, abafado por uma microfonia terrível, lembrou que a Escola do Olhar faz parte do complexo, promovendo uma interação dos estudantes com a arte, o desenvolvimento cognitivo e a formação profissional. O prefeito, Eduardo Paes, resolveu provocar a turma do lado de fora. “Por causa do tumultinho, vou ser breve. A contestação é a festa da democracia. Vou esculhambar agora. Vamos cantar mais alto que eles”, e puxou um “parabéns pra você”. Foi vaiado a plenos pulmões na calçada.

Dilma Rousseff aproveitou para lembrar de quando era presa política. “Em 1971, estava aqui no Rio em uma cela cheia de baratas. Hoje o presidente convive perfeitamente com o som da rua. Isso faz com que tenhamos certeza que vivemos em um país democrático. Achamos perfeitamente natural”. É, mas teve artista que acabou bastante sensibilizado pela manifestação.

Quando a gente pediu para Ernesto Neto, que tem uma obra em exposição por lá, posar para nossa câmera, ele fez uma verdadeira performance, com cara de sofrimento. Depois, pedimos uma foto comum. Pra quê? “Vivemos uma crise estética. É tudo polícia, polícia, polícia. Quero poesia. Estamos gerando violência e eu quero fantasia. Mais amor e menos dinheiro. Sobre o museu? Não pode ser muito acontecimento e pouco programa. O público vira privado. Quero que o público seja público. Que seja um espaço de todos: tanto dos engravatados que estão aqui quanto dos manifestantes lá fora.”

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