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ROUPA NOVA

Mais de 30 anos depois de ter sido lançado no Brasil, “Cem Anos de Solidão”, do colombiano Gabriel García Márquez, e obra prima da literatura latino-americana, ganha uma edição especial que chega às livrarias nessa terça-feira, 13. A publicação da editora Record traz como novidade algumas modificações sutis feitas pelo escritor, que reviu o texto original pela primeira vez desde o seu lançamento em espanhol em 1967. García Márquez encontrou inclusive uma falha de continuidade no texto: a certa altura, um personagem briga com a namorada, sai de casa e volta para a própria casa. A nova edição foi traduzida por Eric Nepomuceno, amigo íntimo do autor, que também assina o prefácio, um texto afetivo e ao mesmo tempo informativo da obra.

* Nepomuceno faz um passeio pela carreira literária de García Márquez desde o início, quando ele era ainda um escritor desconhecido com quatro livros lançados e uma atividade jornalística não desejada, até o surgimento de “Cem Anos de Solidão”, que exibiu ao mundo o realismo mágico latino-americano. O escritor já vivia na Cidade do México e começou a trabalhar no livro depois de uma viagem com a família ao balneário de Acapulco. “Muito tempo depois, ele diria que o livro tinha começado a ser escrito em 1948, em longas tiras de papel jornal, em Cartagena das Índias. E que durante dezessete anos havia passado por diferentes versões, sempre com o título ‘La Casa’, sem que nunca tivesse surgido a estrutura correta, a atmosfera necessária, e principalmente o tom convincente da narração, aquele mesmo tom com que sua avó materna contava histórias inacreditáveis”, conta o tradutor. Ele ainda relata a passagem de García Márquez pelo cinema, as amizades, influências literárias. Antes do reconhecimento, a falta de dinheiro que o fez penhorar primeiro o carro, as jóias e depois até o secador de cabelo da mulher, Mercedes, e uma batedeira de bolo para reunir o dinheiro necessário para enviar os originais de “Cem anos de solidão” ao editor em Buenos Aires. O livro foi lançado no dia 20 de junho de 1967, numa edição inicial de dez mil exemplares. Quando soube da tiragem, García Márquez escreveu, preocupado, ao editor Paco Porrúa, dizendo estar temeroso de ser o responsável por um encalhe de grandes proporções. (…) Nenhum de seus livros anteriores havia vendido mais do que mil e poucas cópias. Hoje, “Cem Anos de Solidão” já vendeu mais de 50 milhões de exemplares vendidos no mundo todo. García Márquez: penhorou bens para publicar livro

Outra novidade na nova edição de “Cem Anos de Solidão” é uma útil e prática árvore genealógica dos Buendia, cuja saga é contada na obra desde a fundação da cidade imaginária de Macondo até a sétima geração. O clã dos Buendia tem início com os antológicos Juan Arcádio e Úrsula Iguarán e vai até Aureliano, o último da família, passando por Pilar Ternera, Petra Cotes, Remédios a Bela, entre outros personagens inesquecíveis. A publicação, que segue a edição da Real Academia Espanhola, lançada em 2007, para comemorar os 40 anos do livro, ainda traz o texto integral do discurso feito por García Márquez quando recebeu o Nobel de Literatura.  A saga dos Buendia em nova edição

Por Anna Lee

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