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BALADA LITERÁRIA

Acontece desta quinta, 19, até domingo, 22, a Balada Literária, que chega ao seu quarto ano, com organização do escritor pernambucano Marcelino Freire e da Livraria da Vila, e reunirá uma série de artistas, nacionais e internacionais, para debates e lançamentos em bares e palcos de São Paulo.

O homenageado desta edição é o escritor paulistano João Silvério Trevisan, que acaba de lançar, pela editora Record, o romance “Rei do Cheiro”. E ainda estarão presentes Mário Prata, João Gilberto Noll, Marcelo Coelho, José Luís Peixoto, Pepetela, Francisco Alvim, Márcio Souza, Reinaldo Moraes, Raimundo Carrero (que também coordenará uma oficina de criação), Michel Melamed, Lira Neto, Chacal, entre outros.

Na sexta, 20, João Ubaldo Ribeiro será homenageado por seus 50 anos de carreira e estará na Ressaca Literária que sempre acontece logo após a Balada. E, no domingo, dia 22, está programada uma mesa em homenagem a Lygia Fagundes Telles, marcando o relançamento de toda a sua obra, iniciado este ano. Para saber mais sobre os participantes e verificar a programação, clique aqui.

Quarto ano da Balada Literária

SE EU FECHAR OS OLHOS AGORA

Um dos eventos da Balada Literária, no sábado, 21, será o bate-papo, na Livraria da Vila da Fradique, entre escritores que, além da literatura, se dedicam ao jornalismo: Ronaldo Bressane, Antonio Prata, Michel Laub e Edney Silvestre, que acaba de lançar seu primeiro romance: “Se Eu Fechar os Olhos Agora” e conversou com a coluna. Confira abaixo:

* Você está acostumado a entrevistar escritores no “Espaço Aberto Literatura” (exibido na Globo News), como se sente estando agora no papel de entrevistado?

Edney Silvestre: Essa nem é a parte mais difícil. O grande desafio foi me livrar das sombras dos grandes escritores que já entrevistei como Saramago, Fernando Sabino, Cony e me sentir livre para escrever o meu livro sem fazer comparações. Passei por um longo processo, tanto que não contei para ninguém que estava escrevendo.

* O que fez com que decidisse que essa era a hora para publicar?

ES: Eu já tinha a história do livro há muito tempo, não só ela, outras também, essa, na verdade, era a que tinha mais urgência em contar e, depois do 11 de setembro, quando eu era correspondente da TV Globo em Nova York (ele foi o primeiro jornalista brasileiro a chegar ao local dos atentados às torres do World Trade Center), comecei a me perguntar se não deveria me arriscar e escrever, afinal, se eu morresse, nunca ninguém saberia do que tenho para contar. Então, comecei a entender que, por mais que os escritores que admiro sejam grandes, a minha história era única, a minha escrita e meu olhar sobre o que desejava contar eram singulares e nunca poderiam ser reproduzidos por ninguém.

* O crime que é narrado no livro foi tirado de alguma reportagem?

ES: Não exatamente. Comecei cobrindo polícia, como quase todo jornalista, e nesse período presenciei muitos fatos violentos. Acho que, ao criar a Anita, a personagem que é assassinada brutalmente e tem um seio cortado, levei muitos desses fatos para minha escrita, mas nada específico. O escritor acaba colocando em sua ficção acontecimentos que assimilou durante a vida desde criança, muitas vezes sem ter consciência disso.

* Como disse que tem várias histórias para contar, já começou o próximo livro?

ES: A trama está pronta na minha cabeça: são três personagens que vivem em lugares e épocas diferentes, porém suas trajetórias se encontram em determinado momento. O livro só estará pronto daqui a uns três anos, mas os personagens já estão vivos.

Edney Silvestre: livre das sombras dos grandes escritores que entrevistou

SINOPSE

Em “Se Eu Fechar os Olhos Agora”, a narrativa começa em abril de 1961, quando Yuri Gagarin, o primeiro homem a viajar pelo espaço, deixava a órbita terrestre, descortinando um universo de possibilidades para a humanidade. No mesmo dia, em uma pequena cidade da antiga zona do café fluminense, dois meninos de 12 anos— de classe média baixa, um filho de ferroviário, outro de açougueiro — encontram o corpo mutilado de uma linda mulher às margens de um lago. Assustados, eles chamam a polícia e passam por um severo interrogatório, no qual são tratados mais como suspeitos do que testemunhas.

Impressionados com a brutalidade do assassinato, os garotos não aceitam a explicação oficial do crime, segundo a qual o culpado seria o marido, motivado por ciúme. Assim, começam uma investigação ajudados por um ex-preso político da ditadura Vargas que mora no asilo da cidade e esconde a motivação para seu interesse no assunto. Dele, os meninos ouvem um aviso que marca o começo de um turbilhão de acontecimentos surpreendentes: “Nada neste país é o que parece”.

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