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ITINERANTE

A escritora Marina Colasanti acaba de ganhar o prêmio Fundação Biblioteca Nacional, na categoria poesia, com “Passageira em Trânsito” (Record), um livro no qual por meio de poemas descreve uma espécie de volta ao mundo (e a ela mesma). Dona de uma capacidade incrível de produzir imagens com suas letras, ela, na verdade, se lança e conduz o leitor numa viagem de sensações.

Nascida na capital de uma antiga colônia italiana na África e criada na Itália, de onde emigrou para o Brasil com a família após a Segunda Guerra Mundial, Marina retoma sua condição itinerante nesse livro.

Em “E Logo”, o primeiro poema, a autora se declara a bordo de um avião que ainda taxia na pista, mas que “faz-se ave” ao se desprender do chão. E o leitor percebe de imediato que não está diante de uma passageira que simplesmente aguarda a decolagem, mas de uma viajante pronta para voar.

A seguir, vem “Adiante às Cegas” e, então, é hora de embarcar no jogo de metáforas delicadas que Marina se lança. De um insólito dia chuvoso em Seoul a mais um domingo em Mury, ou de uma orquídea que cresce em pleno Mar Báltico à silenciosa vida marinha de Galápagos, sua percepção aguçada, às vezes, tornar-se avassaladora, como no dia em que ela não saiu do quarto de hotel em Miami para acompanhar o peculiar “deslizar das horas no vidrespelho do edifício em frente”.

Marina Colasanti retoma sua condição de itinerante em livro premiado

É BOM…
…falar de Marina Colasanti porque é sempre um motivo para recomendar o conto “A Moça Tela”, publicado individualmente em livro pela editora Global, mas também em “Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento” (Global). Posso dizer que esse é um dos textos mais delicados da literatura brasileira que já li. Para contar a história da moça tecelã que tece e destece seu destino com fios mágicos, Marina leva o leitor, por meio de palavras, a um universo fantástico. Abaixo um trecho:

“Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear. Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte. Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.” (…)

Marina Colasanti leva o leitor a um universo fantástico

Por Anna Lee

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