O SUPLÍCIO DO PAPAI NOEL
Em tempo de Natal, quando Papai Noel é a estrela da festa, o título do ensaio “O Suplício do Papai Noel”, do antropólogo Claude Lévi-Strauss (1908-2009), pode de imediato parecer inadequado, mas não é bem assim. O livro é ótimo e a editora Cosac Naify, que lançou a obra em 2008 em comemoração ao centenário do autor, está, neste ano, oferecendo o download grátis do título até o dia 23. Basta entrar no site http://www.cosacnaify.com.br, clicar no banner e fazer o cadastro.
No ensaio, publicado pela primeira vez em 1952, Lévi-Strauss parte de um fato insólito que aconteceu em Dijon, na França, em 1951: um boneco de Papai Noel foi incinerado por um grupo de padres, na frente de um orfanato, numa tentativa de banir esse símbolo do Natal, muitas vezes associado ao consumismo norte-americano. Porém, a medida extrema da Igreja de nada adiantou. Dias depois, Papai Noel ressuscitou na prefeitura da mesma cidade, ainda mais esplendoroso. Lévi-Strauss usa isso para analisar o mito do Papai Noel ao longo dos tempos, a comercialização das datas tradicionais e a influência dos Estados Unidos nesse processo.
O fato é que Papai Noel ainda persiste porque, como mito, ele consegue abarcar lendas e histórias de diversas culturas e épocas. E, se não fosse por isso, vamos combinar: é muito bom dar e receber presentes.
Por Anna Lee