ENCONTROS IMPOSSÍVEIS
A vida pessoal de um escritor nunca deveria ser maior do que sua obra. Alberto Caeeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, por exemplo, escreveu: “Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,/ Não há nada mais simples./ Tem só duas datas – a da minha nascença e a da minha morte./ (…)”
Já o poeta mexicano Octavio Paz, disse que “os poetas não têm biografia. A sua obra é a sua biografia”. E isso não significa que a vida de um poeta/escritor seja contada por sua obra. Não é isso. Mas que sua vida é feita da sua escrita.
E é justamente o fato de a vida de grandes escritores serem suas obras que permitiu a Livraria da Vila e a editora Companhia das Letras organizarem o evento “Encontros Impossíveis”, nesta quinta-feira, 16, de 19h30 às 21h, na loja da Fradique.
Explico. Nesse dia, o chileno Roberto Bolaño, morto em 2003, e o norte-americano Philip Roth (1933-) estarão frente a frente por meio de um debate sobre obras suas e, consequentemente, suas vidas. Joca Reiners Terron, poeta, prosador e designer gráfico, fará as vezes de Bolaño e Noemi Jaffe, escritora e colaboradora do jornal Folha de S. Paulo, será Roth. A mediação ficará a cargo de Ronaldo Bressane, escritor, jornalista e editor.
Vale lembrar que neste ano a Companhia das Letras publicou “2666”, que é considerada a obra-prima de Bolaño, e “A Humilhação”, o penúltimo livro de Roth (o último é “Nemesis”, ainda não traduzido para o português).
Por Anna Lee