NA ESTANTE Por Anna Lee

CONVITE PARA UMA BRINCADEIRA

Traduzir não é uma tarefa fácil. E é coisa séria. Trata-se de encontrar em seu idioma uma palavra que expresse a mesma idéia da palavra usada pelo autor na língua dele, sendo que muitas vezes a tradução literal não funciona. Eu diria mesmo que traduzir é um ato de pretensão, ao mesmo tempo, que é um ato de total desapego. Desapego porque para traduzir é também necessário deixar de lado sua subjetividade, ou seja, a sua maneira de ver o mundo, o que é praticamente impossível, para mergulhar inteiro no mundo do outro, destituído de qualquer julgamento. Resumindo: traduzir é tarefa para grandes. Grandes de fato. Ainda mais quando se trata de traduzir sonetos de William Shakespeare (1564-1616), considerado o mais importante dramaturgo de todos os tempos.

Encarando como uma brincadeira a proposta da editora Objetiva no livro “Sonetos de Shakespeare – Faça Você Mesmo”, no qual convidou roteiristas, escritores e atores (Fernanda Torres, Fernando Meirelles, Guel Arraes, Mariana Veríssimo, Lázaro Ramos, entre outros) que apreciam a obra do autor inglês para traduzir sonetos e deixou espaço em páginas em branco para os leitores também experimentarem, pode-se dizer que a idéia é interessante. Mas é isso. Só isso.

Eu vou experimentar. Vamos brincar?

por Anna Lee

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