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AUSTER E O CINEMA

É conhecida a forte influência cinematográfica presente na obra do escritor norte-americano Paul Auster (1947-), que também é crítico, roteirista e diretor de cinema. E em seu novo livro, “Sunset Park”, recém-lançado nos Estados Unidos (Henry Holt & Co), não é diferente.

O nome da obra, de imediato, faz lembrar do clássico do cinema universal “Sunset Boulevard” (“Crepúsculo dos Deuses”), de Billy Wilder, apesar de as histórias não terem a ver. O filme, cujo título se refere ao nome da rua homônima que atravessa as cidades de Los Angeles e Beverly Hills, na Califórnia, conta a história de uma decadente atriz da era do cinema mudo, que sonha em fazer um triunfante retorno às telas. Já o livro se passa de novembro de 2008 a maio de 2009, período em que ocorreu o colapso econômico nos Estados Unidos e fala de quatro jovens que ocupam ilegalmente uma casa abandonada na área de Sunset Park (que intitula a obra) no bairro do Brooklyn, em Nova York.

E, sobre este tema, a referência cinematográfica que me vem é o filme “A Chinesa”, de Jean-Luc Godard, o qual também retrata o espírito da juventude num momento de crise. Desta vez, às vésperas do Maio de 68, na França, quatro estudantes se trancam num apartamento em Paris e, imersos no pensamento de Mao Tsé Tung e em literatura comunista, começam a questionar a sua posição no mundo e as possibilidades de mudá-lo, mesmo que isso signifique considerar o terrorismo como uma via possível.

Em “Sunset Park”, Miles Heller tem 28 anos e trabalha na limpeza de casas que passaram por despejo, no auge da crise financeira e imobiliária nos EUA. Ele está longe dos pais há mais de sete anos, por causa de um fato trágico, pelo qual se culpa, mas acaba tendo de voltar para perto da família, em Nova Iorque, o que serve como pretexto para uma reaproximação.

Lá, Miles vai morar com outros três jovens em uma casa invadida em Sunset Park, no Brooklyn: Bing, que toca bateria e dirige o Hospital das Coisas Escangalhadas, consertando objetos de uma época mais próspera; Ellen, uma artista melancólica, que vira-e-mexe tem visões eróticas; e Alice, que desenvolve uma tese sobre a cultura popular e o sexo no pós-guerra. A partir da iminência de despejo da casa invadida, o autor desenvolve uma trama polifônica, na qual os dramas individuais desses personagens são contados.

“Sunset Park” já está publicado em português pela editora Leya, em Portugal. Mas no Brasil deve sair pela Companhia das Letras, que lançou aqui o penúltimo livro de Auster, “Invisível”.

Em “Sunset Park”, Auster confirma a influência cinematográfica em sua obra

OS MAIS VENDIDOS NA VILA 12 a 19/11

Ficção

1. “Fora de mim”, Martha Medeiros (Objetiva)

2. “O Tempo entre Costuras”, Maria Duenas (Planeta do Brasil)

3. “Se Eu Fechar os Olhos Agora”, Edney Silvestre (Record)

4. “Meio Intelectual, Meio de Esquerda”, Antonio Prata (34)

5. “Leite Derramado”, Chico Buarque (Cia. das Letras)

6. “Querido John”, Nicholas Sparks (Novo Conceito)

7. “Um Erro Emocional”, Cristóvão Tezza (Record)

8. “Clarice na Cabeceira – Crônicas”, Clarisse Lispector (Rocco)

9. “A Ilha Sob o Mar”, Isabel Allende (Bertrand Brasil)

10. “Queda de Gigantes”, Ken Follett (Sextante/GMT)

Não-ficção

1. “1822”, Laurentino Gomes (Nova Fronteira)

2. “Comprometida”, Elisabeth Gilbert (Objetiva)

3. “Ágape”, Padre Marcelo Rossi (Globo)

4. “Ayrton Senna – Uma Lenda a Toda Velocidade”, Christopher Hilton (Global)

5. “Contra um Mundo Melhor – Ensaios do Afeto”, Luiz Felipe Ponde (Leya Brasil)

6. “Mil Dias em Veneza”, Marlena de Blasi (Sextante)

7. “Vida – Autobiografia de Keith Richards”, Keith Richards (Globo)

8. “1808”, Laurentino Gomes (Planeta)

9. “Clarice – Uma Biografia”, Benjamin Moser (Cosac & Naify)

10. “Não há Silêncio que Não Termine – Meus Anos de Cativeiro na Selva Colombiana”, Ingrid Betancourt (Cia. das Letras)

por Anna Lee

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