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OMNIA MEA MECUM PORTO

Quando os soldados de Ciro, o Grande, estavam prestes a invadir Priene, na Jônia (Grécia Antiga), a população tratou de se preparar para fugir da cidade. Homens e mulheres, jovens e velhos atropelavam-se, em desespero, tentando salvar seus pertences mais valiosos, juntando suas jóias, ouro e prata. Menos o filósofo Bias, um dos sete sábios da Grécia. Quando quiseram saber por que ele agia assim, respondeu: “Omnia mea mecum porto”, traduzindo do latim: “Tudo o que tenho levo comigo”.

* Este é justamente o título do romance da romena Herta Müller (a vencedora do prêmio Nobel de literatura de 2009), que chega ao Brasil no final deste mês pela Companhia das Letras e narra um episódio pouco conhecido da história recente: a perseguição de Stálin às minorias alemãs na Romênia, enviadas a campos de trabalhos forçados sob a acusação de haver colaborado com Hitler.

* O ano era o de 1945. Fim da guerra. Mas para a minoria alemã na Romênia era o início de um período de horror e silêncio. Nos cinco anos seguintes, por volta de 30 mil saxões residentes na Transilvânia foram deportados para campos de trabalhos forçados. Segundo Stálin, os povos de origem alemã deveriam pagar pelos crimes da guerra e trabalhar na reconstrução da União Soviética. Os campos caracterizaram-se por condições desumanas e insalubres, e os ex-internos preferiram esquecer o que aconteceu ali. Não Herta Müller. Ela tomou o relato de um amigo, o poeta Oscar Pastior, como base para “Tudo o que Tenho Levo Comigo” sobre a dura experiência nos campos. O projeto que deveria ser realizado a quatro mãos foi interrompido com a morte de Pastior, e Müller o assumiu sozinha.

* Trata-se da história de Leo Auberg, um jovem de dezessete anos, gay, que é internado num campo soviético. Ali ele convive com a fome, trabalhos forçados, doenças, solidão e morte. Cinco anos depois, Leo volta para casa, mas percebe que tal retorno é impossível.

Herta Müller: perseguição de Stálin às minorias alemãs na Romênia

OS MAIS VENDIDOS NA VILA 01 a 08/1

Ficção

1. “O Tempo Entre Costuras”, Maria Duenas (Planeta do Brasil)

2. “Se Eu Fechar os Olhos Agora”, Edney Silvestre (Record)

3. “Queda de Gigantes”, Ken Follett (Sextante/GMT)

4. “Solar”, Ian McEwan (Cia. das Letras)

5. “Fora de Mim”, Martha Medeiros (Objetiva)

6. “O Capote e Outras Histórias”, Nikolai Gógol ( Editora 34)

7. “A Ilha Sob o Mar”, Isabel Allende (Bertrand Brasil)

8. “O Sonho do Celta”, Mario Vargas Llosa (Porto Editora)

9. “O Amante de Lady Chatterley”, D. H. Lawrence (Penguin Companhia)

10. “Enquanto Eles Dormiam”, Donna Leon (Cia. das Letras)

Não-ficção

1. “1822”, Laurentino Gomes (Nova Fronteira)

2. “Vaudeville – Memórias”, Ricardo Amaral (Leya)

3. “Ágape”, Padre Marcelo M. Rossi (Globo)

4. “Agassi – Autobiografia”. André Agassi (Globo)

5. “Vida – Autobiografia de Keith Richards”, Keith Richards (Globo)

6. “Comprometida – Uma história de Amor”, Elizabeth Gilbert (Objetiva)

7. “Só Garotos”, Patti Smith (Cia das Letras)

8. “1808”, Laurentino Gomes (Planeta)

9. “50 anos a Mil”, Lobão e Claudio Tognolli (Nova Fronteira)

10. “O Livro Negro do Estilo”, Nina Garcia (Best Seller)

Por Anna Lee

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