NO ESPAÇO DA INOCÊNCIA
Primeiro romance escrito por Orhan Pamuk (1952) depois que recebeu o prêmio Nobel de literatura em 2006, “O Museu da Inocência” acaba de chegar ao Brasil pela Companhia das Letras. A obra desenha um panorama social e cultural da Turquia a partir de uma história de desilusão, obsessão amorosa, embate entre Ocidente e Oriente, tradição e modernidade.
* Um par de brincos, um copo, um batom, um velocípede. Estes são alguns dos objetos que compõem um museu organizado por Kemal, uma espécie de espaço da inocência, como lembrança de um caso de amor vivido trinta anos antes, em Istambul, Turquia. Em “O Museu da Inocência”, o narrador conta a história a partir do presente, transformando-a numa versão em miniatura dos dramas sociais da época e das relações entre homens e mulheres no país.
* Kemal é descendente de uma família rica e tradicional e está prestes a se casar com Sibel, mulher inteligente e refinada. Na Turquia dos anos 1970, eles representam um casal moderno, que se arrisca a fazer sexo antes do casamento. A vida de Kemal, de fato, parece completa em todos os aspectos – financeiro, familiar e amoroso. No entanto, ao reencontrar-se com Füsun, uma prima distante de dezoito anos que trabalha como vendedora em uma boutique, sua vida entra em colapso. Ele passa a ter encontros sexuais frequentes com a jovem bela e esbelta, embora não considere romper o noivado com Sibel, a esposa perfeita aos olhos da sociedade turca. À medida que o dia do casamento se aproxima, a pressão sobre Kemal, que julgara ter tomado uma decisão muito moderna e europeia, aumenta.
por Anna Lee