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Maestro Ricardo Prado relembra fofocas cabeludas do mundo da ópera || Créditos: Juliana Rezende

Nessa sexta-feira teve edição especial do “Ópera na Tela”, festival ao ar livre com projeções de óperas famosas patrocinado pelo Sofitel dentro do Parque Lage, no Rio. Glamurama foi até lá e conversou com o maestro Ricardo Prado, uma espécie de mestre de cerimônias do evento. Todas as noites da temporada, antes de começar a exibição do espetáculo, ele conta curiosidades sobre esse universo para os espectadores.

(Por Michelle Licory)

Exageros, escândalos e disputas

“São informações que combinam quem é o compositor, qual é a obra, detalhes sobre aquela montagem específica e um pouco do que chamo de revista de fofoca da ópera, o lado pessoal do compositor ou do intéprete, alguma história de bastidor… E ópera tem muito disso porque é cheia de exageros, escândalos e disputas. Durante séculos, a ópera ocupou para o mundo inteiro o lugar que, a partir do século 20, o cinema passou a ocupar. Todo o sistema de produção de celebridades, estrelas, divas… Exigências absurdas… Tudo que a gente vê acontecendo na indústria do cinema aconteceu antes durante três séculos, pelo menos, no mundo da ópera”.

Reciclagem

Claro que a gente pediu para ele contar algumas dessas fofocas. “Era muito comum que compositores, na pressa de compor… Por exemplo, essa semana assistimos aqui ao ‘Barbeiro de Sevilha’, do Rossini. Ele teve que compor em três semanas, o que é perto do impossível. Qual era o truque? Plagiar a si mesmo. Ele pegava suas antigas obras e ia nas árias, nos trechos melhores, mas não muito conhecidos ainda, e recortava para criar uma nova ópera. Não quer dizer que ‘Barbeiro de Sevilha’ seja toda um recorte, mas a abertura dela, por exemplo, já tinha sido usada em duas outras óperas. E foi um sucesos extraordinário. Mais uma fofoca do ‘Barbeiro de Sevilha’: já existia uma outra ópera com o mesmo nome, baseada na mesma peça, composta por Paisiello, que mandou uma torcida para o teatro na noite de estreia da versão do Rossini para vaiar do início ao fim, tentar impedir que desse certo essa montagem. A estreia foi um desastre absoluto, mas na segunda noite a ópera foi um sucesso e é um sucesso há 200 anos”.

Meu amor por ela é maior que nossa amizade”

Quer mais, glamurette? “Wagner… A paixão da vida dele foi Cosima, que era mulher do regente mais amigo dele. Pois Wagner virou para o amigo e falou: ‘Meu amor por ela é maior que nossa amizade’. E o regente aceitou. Desejou que fossem felizes… Isso no século 19 era um escândalo”.

Só cabeças brancas, não

“Ópera sempre precisa de mais plateias então a gente tem que ter uma atitude convidativa com o público. Não é um clube fechado de privilegiados que acham que entendem daquilo. Não. Acho muito melhor abrir as portas, tentar ser gentil e mais popular. Aqui é uma iniciativa para popularizar a ópera. Há um envelhecimento do público de ópera. A gente só vê cabeças brancas. E aqui no festival vi vários jovens, namorando, de bermuda. É preciso renovar, e a ópera em cinema contribui muito para isso. Um ritual mais próximo do cinema é mais convidativo, além de ser mais barato”.

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