Publicidade

Louise – Marie Gillain – é livre e independente. Tem 30 anos, um apartamento legal, um emprego numa rádio e um namorado chamado François – Julien Boisselier. Tudo vai bem até que, na véspera de apresentar François aos seus pais, numa conversa com a irmã Felice – Garance Clavel -, descobre que ela finge os orgasmos, e, a partir daí, perde completamente a capacidade de sentir, ou seja: gozar.Basta uma única vez sem ter prazer para a moça entrar em pânico, e sair em busca do orgasmo perdido, como quem persegue o Santo Graal.

 Foto: Reprodução 

Na sequência, embebeda-se numa festa dos amigos do namorado, faz um monólogo sobre sua recente frigidez, e fica irritadíssima quando percebe que as pessoas estão rindo e não levam o prazer a sério. Na busca, Louise passa por uma ginecologista, um sex shop, pela ioga, por um sexólogo – a quem pede ajuda prática-, e até por um pai de santo. Termina o namoro com François, tenta conversar com a mãe, que se impacienta com o assunto e diz que fingir o orgasmo é uma prova de amor, e conta para o cunhado que a irmã não tem prazer com ele.

 Foto: Reprodução

A questão mais interessante do filme está exatamente nas tentativas que Louise faz de conversar com as pessoas sobre o orgasmo feminino e na maneira constrangida com que elas fogem da conversa – seja pelo riso, pela irritação ou pelo silêncio. Seu movimento acaba mobilizando as mulheres da sua família que resolvem parar de fingir, e tudo começa a mudar em torno de Louise, por conta de sua procura. Dizem que, pior do que uma mulher que não mente idade, só uma que não finge orgasmos. Essa comédia de Isabelle Broué, escrita em parceria com Hélène Woillot, não pretende trazer nenhuma questão mais profunda do que a simples pergunta: “Mas por que fingir o orgasmo?” E, cá entre nós, essa pergunta já é mais do que pertinente e necessária. Sempre. Vale uma passadinha no videoclube.

Por Luciana Pessanha

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump tenta ressuscitar a franquia Rush Hour ao se aproximar de investidores e de Brett Ratner, num movimento que parece mais político do que cinematográfico. A proposta mistura nostalgia, estratégia cultural e a tentativa de reabilitar nomes controversos, mas enfrenta um mercado que não demonstra demanda real por um quarto filme. O episódio revela mais sobre a necessidade de Trump de reafirmar sua persona pública do que sobre qualquer impulso criativo em Hollywood.

Instagram

Twitter