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É possível que o romance mais moderno e surpreendentemente vanguardista que surgiu neste ano tenha sido publicado originalmente em 1881? Assim o New York Times inicia texto sobre a obra-prima da literatura brasileira, ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, que finalmente foi incluído na prestigiada lista dos melhores livros de todos os tempos do jornal norte-americano. Isso graças a duas novas traduções do clássico de Machado de Assis que, segundo eles, consagraram o talento do autor apresentando um conto metaficcional, metafísico, narrado por um homem morto por pneumonia. “Amar este livro”, disse a escritora Susan Sontag certa vez, “é se tornar um pouco menos provinciana em relação à literatura, às possibilidades da literatura”.

As traduções têm suas diferenças, mas são complementares. A edição de Flora Thomson-DeVeaux é um presente para os acadêmicos. Seu ensaio introdutório e notas oferecem um guia rico para a obra e o universo machadiano, situando os leitores sobre a realidade do escritor. Já a dupla Margaret Jull Costa e Robin Patterson, que traduziu a edição de 2018 de “Collected Stories” do brasileiro, traz pouco contexto histórico, porém a linguagem é afiada e específica, carregada de sentimentos.

Seja lá como for, graças a essas novas edições, ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’ finalmente foi entendido e reverenciado internacionalmente, como merece. Antes tarde do que nunca!

 

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