Após 24 anos como presidente da Fifa e aos 95 anos, João Havelange responde 6 mil cartas por ano e redige 2 mil cartões de Natal. “Há 30 anos, minha assinatura é a mesma. Quando começar a se modificar, saberei que estou descendo a escada da vida um pouco mais rápido”, afirma ele, na edição deste mês da PODER.
* Na matéria, Havelange comenta sobre a entrada da neta, hoje diretora-executiva do Comitê Organizador Local, o COL, no mundo do futebol. “Ela se dedica e está servindo ao país, o que faz muito bem. A Joana tem sido indiscutivelmente competente. Na Fifa, todo mundo a respeita e a adora”, afirma ele.
* Havelange revela que aposta na dobradinha Felipão e Parreira para a conquista da Copa de 2014. Para ele, Felipão é o melhor técnico atualmente. “Tive uma excelente impressão de um sujeito [Luiz Felipe Scolari] em 2002, no Japão. Da mesa, ele cobrava multa por atraso, colocava em uma caixa, e depois mandava a uma instituição de caridade. O pessoal tinha um respeito danado”, conta ele.
* Sobre um possível estremecimento entre Teixeira e as Organizações Globo, Havelange diz que a emissora dos Marinho só divulgou a denúncia que envolve Teixeira sobre um amistoso da Seleção em 2008 por conflito de interesses. "Por que isso? Porque mudou horário de jogo. O Ricardo só não serve na hora que não faz as vontades", dispara. "Enquanto interessou à Globo, o Ricardo era um gênio. No dia em que ele quis tomar uma medida que poderia ferir a emissora, ela se volta contra ele", dispara.
* Na reportagem, Havelange elogia Dilma Rousseff, apesar de revelar que não votou nela e que ficou “muito triste” em razão de a presidente ter requerido seu passaporte diplomático de volta. “A única gentileza que tive do meu governo foi no João Figueiredo. Ele me concedeu passaporte diplomático. Agora, no governo Dilma, mandaram devolver. O senhor acha que eu fiquei satisfeito, que merecia isso?”, desabafa. À PODER, ele ainda diz que não gostaria de morrer de câncer e que deseja ficar lembrado na história como administrador.