Luana Piovani conversa com o Glamurama e fala sobre a nova peça, que estreia logo mais.

Luana Piovani já viveu a personagem principal de “Alice no País das Maravilhas” e o protagonista de “O Pequeno Príncipe”. A partir deste fim de semana, ela se transforma em bailarina – de brinquedo. É quando a atriz estreia, para convidados, o novo espetáculo dela, “O Soldadinho e a Bailarina” – sim, mais um infantil – no Espaço Tom Jobim, no Rio de Janeiro. O texto, espécie de “Romeu e Julieta” para crianças, é uma adaptação de Sérgio Modena e Gustavo Wabner para o conto “O Soldadinho de Chumbo”, de Hans Christian Andersen, com direção do expert Gabriel Villela.

* A vinda da peça a São Paulo está prevista para agosto, e ela fica em cartaz até dezembro, para depois seguir em turnê nacional. Contando os dias para subir ao palco, Luana falou ao Glamurama, por telefone, de seu apartamento no Leblon, e adiantou que irá fazer arrecadação de leite em pó e fraldas durante a temporada. A princípio, para os desabrigados por conta das chuvas no Rio. Depois, para instituições sociais.

“Alice no País das Maravilhas”, “O Pequeno Príncipe” e, agora, “O Soldadinho e a Bailarina”. Por que essa dedicação aos infantis?

“É uma junção de motivos. Primeiro, e mais óbvio, porque me dá prazer. Sempre me diverti muito nesse universo, desde pequena. Ia aos aniversários de filhos de amigos da minha mãe e, quando ela via, lá estava eu organizando as brincadeiras. Quando produzi minha primeira peça, "A.m.i.g.a.s." (infanto-juvenil), descobri o caminho das pedras e logo foquei em um infantil. Sentia fala de qualidade, de espaço para esse universo.”

E qual a importância de dar espaço ao gênero?

“Acho que a gente tem que tirar a criança da rua e dar a oportunidade para ela querer ser uma boa cidadã. Tendo oportunidade, elas vão querer ter uma profissão. E, aí, teremos melhores juízes, melhores médicos, melhores consumidores, melhores eleitores. Desde que me bateu essa luz, esmerei-me em gastar meu esforço nesse sentido, de fazer espetáculos com algum projeto social atrelado a ele.”

Que ensinamento essa peça transmite?

“‘O Pequeno Príncipe’ falava da delicadeza, do tempo com o próximo. Em ‘Alice’, existia uma bandeira não explícita que a criança tem de ser criança e de que ela não pode esperar o príncipe com seu cavalo branco. Agora a gente fala do respeito às diferenças, de inserção social e do preconceito que a gente vive cada vez mais. Acho bom isso. Porque uma coisa é você ensinar uma criança de 12, 15 anos, que ela tem de respeitar os outros. Outra é ela já estar inserida nesse conceito.”

Esse espetáculo tem um orçamento de mais de R$ 2 milhões. Arrecadar patrocínio para espetáculo infantil é mais rápido?

“Sendo infantil ou adulto, o espetáculo, quando é bem visto comercialmente, torna-se um pouco menos difícil. O fácil não existe. O que atrai os empresários é que ele seja comercial. Esse espetáculo, por exemplo, tem um orçamento dez vezes maior que o monólogo que eu queria fazer e para o qual não consegui dinheiro. Hoje as pessoas querem rir e comer uma pizza e não questionar a realidade cruel ao nosso redor, que era a essência do monólogo.”

Qual o melhor retorno de público: dos infantis ou dos adultos?

“Todos me trazem muita satisfação pessoal e profissional. Mas, a criança se expressa de um jeito peculiarmente mais divertido. Ela diz algo como: ‘Mamãe, eu queria que não acabasse nunca’. O modo como a criança pensa e se expressa é mais colorido, mais engraçado, mais lúdico. Os adultos acabam sendo mais óbvios.”

Já que o tema é crianças, não tem vontade de ter logo as suas?

“Pretendo ter muitos. Se pudesse teria uns três meus e mais três coloridos, para ter uma família bem colorida que nem a do Brad Pitt e da Angelina Jolie. Mas tem alguns trabalhos organizados até 2011 – dois filmes e um flerte com um projeto na tevê, e agora fica difícil. Acho que filho é bacana ter com tempo e disponibilidade – e ter um pai, claro. Então, assim: já tenho namorado – o empresário Felipe Simão – tenho vontade, mas agora estamos sem tempo porque nossa prioridade é namorar e trabalhar. Daqui dois anos, com 35, talvez."

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