O príncipe Andrew, segundo filho da falecida rainha Elizabeth II e irmão do rei Charles III, anunciou no último fim de semana que deixará de usar seus títulos reais, incluindo o de duque de York e o tratamento de His Royal Highness (Sua Alteza Real). A decisão, feita “com o consentimento de Sua Majestade”, ocorre em meio à repercussão do livro póstumo de Virginia Giuffre, que reafirma acusações de abuso sexual contra o príncipe no contexto dos crimes de tráfico de Jeffrey Epstein.
No comunicado oficial, Andrew afirmou que a medida visa “preservar a dignidade da monarquia” e evitar que “assuntos pessoais continuem a distrair a Família Real de seus deveres públicos”. Ele permanece, no entanto, como titular legal do ducado de York, já que a extinção formal de um título nobre só pode ocorrer por ato do Parlamento britânico. A renúncia, portanto, tem caráter simbólico e protocolar, refletindo mais uma retirada da vida pública do que uma perda jurídica.
O anúncio também afeta sua ex-esposa, Sarah Ferguson, que deixará de ser identificada como duquesa de York. O Palácio de Buckingham confirmou que Andrew continuará a viver em residência privada e não desempenhará funções oficiais, se mantendo afastado de patronatos e compromissos públicos desde 2022, quando perdeu suas afiliações militares e honras honoríficas.
A decisão intensifica a percepção de que a Casa Real de Windsor busca se distanciar de figuras envolvidas em controvérsias. Analistas reais apontam que a iniciativa foi coordenada com o rei para preservar a credibilidade da instituição e reduzir danos à imagem da monarquia. A retirada completa de Andrew do cenário público simboliza uma tentativa de encerrar um capítulo que abalou a confiança da opinião pública na família real britânica.
Com o afastamento definitivo, Andrew entra em uma espécie de exílio social e institucional. Embora ainda mantenha posição formal na linha de sucessão, ele se tornou, na prática, uma figura marginalizada dentro da monarquia. A decisão, vista por muitos como inevitável, representa um raro reconhecimento interno de que o prestígio real não pode mais se sobrepor às exigências de transparência e responsabilidade moral esperadas pela sociedade britânica.
(Crédito da imagem: Reprodução)
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