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O príncipe Harry voltou ao centro das atenções depois de uma crise pública envolvendo a Sentebale, organização filantrópica que fundou em 2006 ao lado do príncipe Seeiso do Lesoto, com o objetivo de apoiar jovens afetados pelo HIV na África Austral. A disputa interna na instituição culminou com a renúncia de ambos os fundadores como patronos, em meio a acusações de má governança, assédio e racismo institucional feitas por Sophie Chandauka, presidente do conselho da organização. O caso levou à abertura de uma investigação formal por parte da Charity Commission do Reino Unido, autoridade reguladora de entidades beneficentes, conforme noticiado nessa quarta-feira, 6.

O relatório final da comissão, publicado na terça-feira, 5, concluiu que não houve evidência de bullying, assédio ou racismo sistêmico dentro da ONG. No entanto, o órgão criticou duramente a forma como os conflitos internos foram geridos, apontando falhas graves de governança e destacando que a exposição pública das disputas prejudicou a reputação da instituição. Apesar de isentar Harry de qualquer conduta imprópria, o documento ressalta que a organização “se desviou de seus princípios fundadores” e passou por um processo de fragmentação institucional.

Em comunicado, os representantes do caçula do rei Charles III afirmaram que o resultado da investigação confirmou aquilo que já era esperado – a ausência de má conduta por parte do duque de Sussex. Dito isso, eles também criticaram o relatório por ser “inquietantemente brando” em relação às ações de Chandauka, a quem Harry acusa de tentar tomar o controle da entidade de forma hostil. Fontes próximas ao duque de Sussex revelaram que ele se sente traído e profundamente frustrado com o rumo que a ONG tomou nos últimos anos, e que não pretende retornar ao quadro da organização enquanto a atual liderança permanecer no cargo.

A crise também provocou reações dos ex-trustees da Sentebale, que expressaram preocupação com o futuro da instituição. Segundo a turma, o relatório ignorou questões estruturais importantes, como a falta de transparência e a deterioração da cultura organizacional. Os ex-conselheiros afirmam que a saída dos fundadores compromete o trabalho de quase duas décadas com jovens vulneráveis, e colocam em dúvida a capacidade da atual gestão de manter o legado de impacto social construído até aqui.

O episódio marca mais um capítulo conturbado na trajetória pública de Harry desde sua saída da família real britânica. Embora inocentado de irregularidades, o afastamento definitivo de uma de suas principais iniciativas humanitárias representa uma perda simbólica e estratégica para sua atuação global no terceiro setor. Resta saber se o duque buscará novos caminhos para seguir seu trabalho filantrópico na África, desta vez longe de uma instituição que ele mesmo ajudou a criar.

(Crédito da imagem: Reprodução)

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