Publicidade

 

Lilia Cabral para a Revista Poder || Créditos: Maurício Nahas

Ao contrário de sua personagem, a arquiteta Silvana, que é viciada em pôquer, a atriz Lilia Cabral põe
as cartas na mesa. Sem blefar.

Por Márcia Rocha || Fotos Maurício Nahas || Styling Luna Nigro || Beleza Duda Molinos

Contemporânea. É assim que o cabeleireiro e maquiador Duda Molinos, um superexpert da área, definiu a atriz Lilia Cabral. “Ela é chic sem ser esnobe e relax sem ser ‘fofa’, sem forçar uma intimidade que não existe”, cravou. Taí! Duda fez uma leitura rápida e precisa de Lilia – assim mesmo sem acento e sem “n” no fim. “Quando algum diretor me chama de Lílian, faço questão de não responder”, conta.

Com ela é assim, na base do papo reto. Lilia garante não ter o menor problema em ser firme e em dizer o que pensa – mas sem perder a ternura jamais. “Quem trabalha comigo sabe que sou muito profissional. Acho que tudo fica mais fácil quando se é objetivo.” Portanto, não se engane com aqueles faróis verdes nem com o sorriso largo da atriz que a deixam com um jeito de moça tímida e meiga – ela é as duas coisas, sim, mas sabe exatamente o que quer e como quer. Tanto que, de certa forma, dirigiu este ensaio, trocando figurinhas com Duda Molinos sobre o melhor jeito de pentear seu cabelo, selecionando o que gostaria de vestir ainda no camarim e conferindo as imagens na tela do computador para mostrar suas preferidas. “É engraçado como posar para fotos é diferente de fazer novela. Na TV, você tem as falas para defender seu personagem. Aqui, não – sou, pura e simplesmente, eu”, disse.

Lilia Cabral na J.P || Créditos: Maurício Nahas

Silvana, a arquiteta viciada em jogo em A Força do Querer, trama global das 9, é o primeiro trabalho de Lilia com Glória Perez. A preparação para o personagem incluiu não só aprender pôquer – vale dizer que ela não gosta de jogo – como frequentar grupos de jogadores anônimos e conversar com pessoas que perderam a fortuna nas apostas. “Você vê gente com patrimônio suficiente para manter a segunda e até a terceira geração que perde tudo em uma mesa de jogo”, conta. Lilia revela que também conversou com André Akkari, jogador profissional que é dono de um bracelete da WSOP [campeonato mundial que acontece todo ano em Las Vegas. Ao lado de Alexandre Gomes e de Thiago Decano, Akkari é um dos únicos brasileiros a conseguir tal feito]. Com isso, aprendeu não só a técnica, mas duas espécies de mantras do pano verde: pôquer é um jogo de estratégia e de inteligência que não tem nada a ver com jogos de azar como loterias, bingos e afins, e o bom jogador é aquele que sabe a hora de sair da mesa.
Lilia gosta de estudar os textos pela manhã, assim que se levanta, e sabe direitinho quando contracena com alguém que não fez o mesmo. Colega de elenco, a atriz Cláudia Mello costuma dizer que Lilia interpreta de um jeito que faz tudo parecer muito fácil. “Para se apropriar realmente do texto é preciso estudar horas. É isso que faz o público acatar você de imediato. Para mim, cada novela é a novela – não mais uma novela”, afirma.
Apaixonada pelo ofício, comenta que adorou Feud, seriado que estreou em março no Brasil no canal Fox Premium. A primeira temporada, que terminou em abril, Bette e Joan, fala sobre a histórica inimizade entre as atrizes durante as filmagens de O que Terá Acontecido a Baby Jane?¸ de 1962. “É maravilhoso ver duas excelentes atrizes interpretando dois monstros do cinema”, diz, referindo-se a Jessica Lange, que faz Joan, e Susan Sarandon, que encarna Bette.

Lilia Cabral abre o jogo na J.P || Créditos: Maurício Nahas

LADY LILIA
Quando o assunto é dinheiro, Lilia também não escorrega. “Não sou do tipo que volta para casa cheia de sacolas, mas não passo vontade quando gosto de alguma coisa.” Joias, por exemplo, entram nessa categoria. “São um sinal de elegância, de personalidade – não de poder aquisitivo”, explica, completando que prefere investir em peças de qualidade. Longilínea com seu 1,75 metro de altura, tem movimentos fluidos como os de uma bailarina. Por causa das gravações da novela, sua rotina de exercícios anda meio atrapalhada – faz pilates, caminhadas e uma aula de RPG por semana. Difícil acreditar que essa paulistana da Lapa, bairro da zona oeste de São Paulo, completa 60 anos em julho. E aí, vai ter festão? “Não. Vou comemorar em casa com a família e alguns amigos.”

“Não sou consumista, mas também não passo vontade quando gosto de alguma coisa” || Créditos: Maurício Nahas

* Produção de moda: Andréa Levy / Assistente de  beleza: Renato Paz / Assistentes de fotografia: Caio Toledo e Charles Willy

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump tenta ressuscitar a franquia Rush Hour ao se aproximar de investidores e de Brett Ratner, num movimento que parece mais político do que cinematográfico. A proposta mistura nostalgia, estratégia cultural e a tentativa de reabilitar nomes controversos, mas enfrenta um mercado que não demonstra demanda real por um quarto filme. O episódio revela mais sobre a necessidade de Trump de reafirmar sua persona pública do que sobre qualquer impulso criativo em Hollywood.
Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise foi o grande nome do Governors Awards ao receber, após 45 anos de carreira, seu primeiro Oscar — um honorário. Em um discurso íntimo e preciso, ele relembrou a infância no cinema e reafirmou que fazer filmes “é quem ele é”. A entrega por Alejandro Iñárritu, seu novo parceiro em um projeto para 2026, reforçou o peso artístico do momento. Nos bastidores, o prêmio foi visto como aceno da Academia a um dos últimos astros capazes de mover massas ao cinema. Uma noite que selou não só um reconhecimento tardio, mas também a necessidade de Hollywood de se reconectar com sua própria grandeza.

Instagram

Twitter