Balanço Fashion Rio


É hora de fazer o balanço do Fashion Rio e Glamurama vai beber na fonte de alguns dos profissionais da moda brasileira para saber o que fica desta edição de inverno. Os que sobraram, é bom dizer, porque muita gente já está em São Paulo se preparando para a semana de desfiles que vem por aí. E repare que, vez ou outra, a crise financeira entra de gaiato na pauta…

Gloria Kalil, consultora de moda e criadora do site “Chic”. “Esta temporada mostra uma estação sem tendências. Portanto, é o estilo da pessoa o que importa. As marcas ofereceram de tudo: saia curta, longa, justa, apertada; calça larga, skinny… O que vale é o estilo e, para isso, as pessoas vão precisar de bom senso, autoconhecimento, clareza da identidade, do que quer dizer usando uma peça ou outra. É hora de olhar para o espelho e saber como vestir aquela pessoa que aparece do outro lado. E a novidade é que esta temporada é sem novidades (risos).”


Alcino Leite Neto, editor de moda da “Folha de S.Paulo”. “O preto vai estar em mais um inverno. Por mais óbvio que seja, é verdade. Por conta da crise financeira, as pessoas tendem a comprar peças mais clássicas. O estilo étnico, o tricô e os tecidos rústicos também, assim como as transparências, que apareceram primeiro nas coleções de verão européias.”


Iesa Rodrigues, editora da “Estilo”, do “Jornal do Brasil”. “A moda apresentada na estação é usável, feita para vender. A crise já dava para ser sentida nos últimos desfiles internacionais. Nossa alta-costura é o Carnaval, mesmo. No Rio Moda Hype eu gostei muito do Martins Paulo, com uma harmonia de cores impressionante. Pouco usável, mas os novos estilistas podem e devem ousar. E da coleção da Julia Valle dá vontade de ter tudo! Já dos veteranos, escolho Mara Mac, Claudia Simões e Tessuti, que foi simples e bonito. Gostei também do Espaço Fashion e da Redley. Pena que foi em um lugar que ninguém merece: muito mosquito, luz ruim… enfim.”


Lula Rodrigues, editor de moda masculina do “Ela”, do jornal “O Globo”. “Ficamos desfalcados na moda masculina, sem Sandpiper e Totem. Mas é bom ver o retorno da Complexo B. Beto Neves sabe brincar com o bom e o mau gosto, o masculino e o travesti, uma coisa que Jean Paul Gaultier faz bem. Adorei o Rio Moda Hype, e de Rique Gonçalves. E teve a estreia da Ausländer com peças com matelacê, gravata borboleta, blazer de dois botões. Alfaiataria nas coleções é um caminho para o aprimoramento, mas é um processo, uma coisa prática, uma técnica de produção em massa.”

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