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Tata Amaral exibe “Trago Comigo” nesta sexta no Memorial da América Latina || Crédito: Divulgação

Com Carlos Alberto Riccelli no papel principal e depoimentos de ex-militantes, Tata Amaral estreia seu novo longa “Trago Comigo” durante o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, nesta sexta-feira. O filme, que será exibido no Memorial da América Latina, vai contar a trajetória de Telmo, diretor de teatro e ex-membro da luta armada, que se exilou fora do país no período da ditadura. Em conversa ao Glamurana, a diretora falou sobre a importância de se relembrar a ditadura e ainda comparou a relação amorosa do personagem à sua: “Este é um tema bastante recorrente na minha produção criativa, na medida em que eu também, em circunstâncias distintas, tive uma relação amorosa abortada na adolescência”. Tata perdeu seu então marido Serguei em um acidente três meses após o nascimento da filha Ana Carolina.

Por Denise Meira do Amaral

Glamurama – Muitos filmes já foram feitos sobre a ditadura no Brasil. Por que voltar a esse tema?
Tata Amaral – Não sei se é voltar ao tema ou finalmente falar do tema. Bernardo Kucinski, em seu seu lindo texto “Sobreviventes”, no livro “K”, reflete lindamente sobre trauma e silêncio. Precisamos falar, com poesia e amor, mas precisamos falar. “Recordar para não repetir”, é um leitmotiv [do alemão, motivo condutor] da Secretaria Municipal de Direitos Humanos de São Paulo. Faz todo sentido para mim. Assim é com Auschwitz e o martírio dos judeus na Segunda Guerra. É preciso recordar, construir museus, fazer palestras, escrever obras, fazer filmes… O que me interessa no filme é encontrar dramaturgicamente uma maneira de expressar essa relação problemática que temos com nosso passado traumático. Telmo não se lembra de algo que ele sabe que ficou no passado. Resolve fazer uma peça de teatro, tomar uma atitude criativa para se lembrar e elaborar. O resultado é o encontro de sua relação amorosa, abortada na juventude. Este é um tema bastante recorrente na minha produção criativa, na medida em que eu também, em circunstâncias distintas, tive uma relação amorosa abortada na minha adolescência [Tata perdeu seu então marido Serguei em um acidente três meses após o nascimento de sua filha Ana Carolina]. Assim, uma motivação pessoal, a minha, se mistura a uma motivação social e coletiva. Nossa sociedade precisa se lembrar. Eis o motivo de falar desse tema.

Glamurama – Você optou por mesclar ficção com trechos de depoimentos reais…
Tata Amaral – Queria que as novas gerações soubessem que existem pessoas que viveram essas situações e estão vivas para contar. Queria dar voz a essas pessoas e suas histórias. Fiz uma obra de ficção, mas o que contei não é só ficção.

*

No elenco de “Trago Comigo” estão também Georgina Castro, Felipe Rocha, Emilio di Biasi, Selma Egrei, Pedro Lemos, Júlio Machado, Maria Helena Chira, Paula Pretta, Gustavo Brandão e Janaína Ávila.

Exibição em pré-estreia do filme “Trago Comigo”
Quando: 31 de julho de 1015, sexta-feira, às 21h no Memorial da América Latina  – Tenda Petrobras para o Cinema Latino-Americano – av. Auro Soares de Moura Andrade 664 / portões 2 e 5, Barra Funda
Entrada gratuita – retirada de ingressos a partir das 20h

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