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No alto, o auditório que pegou fogo; acima, o painel de tapeçaria feito pela artista plástica Tomie Ohtake

Um incêndio de grandes proporções atingiu na tarde desta sexta-feira o auditório Simon Bolívar do Memorial da América Latina, espaço cultural situado na Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Vários arquitetos lamentaram o ocorrido, e se dizem muito tristes pelas perdas, principalmente por se tratar de um projeto de Oscar Niemeyer.

Glamurama conversou com Ricardo Ohtake, arquiteto e diretor do Instituto Tomie Ohtake: “É lamentável que aconteça uma coisa dessas. Sem dúvida alguma não é defeito de construção, porque a obra tem 25 anos e não havia acontecido nada. A gente tem que sentir muito, eu sinto mais ainda pelo painel de tapeçaria da Tomie Ohtake, que ocupa o espaço inteiro do auditório, a maior obra dela no Brasil.” Mesmo sem saber se houve danos à tapeçaria, a primeira coisa que Tomie disse quando soube do acontecido foi: “Então precisamos já recomeçar a fazer o painel.” A obra tem 70 metros de comprimento, e foi encomendada por Oscar Niemeyer para melhorar a acústica do ambiente.

Paulus Magnus, por sua vez, comenta a falta de valorização da obra. “São Paulo não tem equipamento urbano e área pública e o que temos, como no caso do Memorial, sofre descaso. Com esta invasão de estrangeiros em São Paulo, eu sempre fico sem opções de onde levá-los”. Sobre o incêndio, ele afirma: “É uma tragédia que expõe a falta de valor à cidade em que vivemos. Uma pena, espero que consigam restaurar. O auditório é lindo. Há quem diga que falta verde na obra [o Memorial], mas falta chão para reunir 50 mil pessoas, e o Memorial pode fazer esse papel. Não é só um descaso do poder público, mas do paulistano com a sua cidade, precisamos valorizar esses lugares.”

As opiniões dos profissionais se dividem quanto ao conjunto do projeto de Niemeyer, mas todos eles concordam que a perda do auditório é triste para São Paulo. O arquiteto Arthur de Mattos Casa afirmou que “o espaço que mais gostava do Memorial era justamente o auditório, além de ser a área que mais funcionava, onde aconteciam mais eventos. Não acredito que esse (o Memorial) seja o melhor projeto do Niemeyer, mas lamento acontecer o incêndio justo no auditório”.

Talvez, se estivesse vivo, Oscar Niemeyer teria a mesma reação que Tomie Ohtake do alto de seus 100 anos.

Os arquitetos Ricardo Ohtake, Paulus Magnus e Arthur de Mattos Casa falam ao Glamurama sobre o incêndio

 

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