Publicidade

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a utilizar sua plataforma preferida, o Truth Social, para lançar críticas diretas contra uma figura proeminente da mídia americana. Dessa vez, o alvo foi a jornalista Gayle King, âncora do programa CBS Mornings e amiga íntima da apresentadora Oprah Winfrey. Em uma publicação feita nessa segunda-feira, 5, Trump declarou que King “não tem talento, não tem audiência e não tem força”, e concluiu: “sua carreira acabou”. A declaração marca mais um episódio da ofensiva retórica do presidente contra veículos e personalidades da imprensa que considera ideologicamente adversários.

A postagem de Trump surgiu após a divulgação de rumores sobre uma possível saída de King da CBS. Segundo reportagens recentes do New York Post e do Daily Beast, executivos da emissora estariam discutindo internamente a reformulação do programa matinal, que vem enfrentando quedas de audiência e críticas de telespectadores mais conservadores em relação ao tom considerado “progressista” da atração. Embora seu contrato esteja em vigor até 2026, fontes nos bastidores indicam que a permanência da jornalista após esse prazo é incerta, sobretudo em meio à reestruturação editorial da emissora, agora sob o novo controle do grupo Skydance.

A crítica pública feita por Trump se insere em uma estratégia mais ampla de deslegitimação de nomes da imprensa tradicional, especialmente aqueles associados a causas progressistas e à cobertura crítica de sua gestão. King, que historicamente se posicionou a favor da diversidade racial e de gênero na mídia, já havia expressado preocupações sobre a retórica do presidente em entrevistas anteriores. Sua longa associação com Winfrey, figura frequentemente citada por Trump como parte do “establishment liberal de Hollywood”, a torna um alvo conveniente para o discurso político do presidente.

Mesmo sem citar diretamente a emissora ou qualquer plano de demissão, Trump insinua que sua “previsão” sobre o fim da carreira de King seria uma espécie de correção de rumo inevitável por parte da CBS. Internamente, no entanto, aliados da jornalista ressaltam que ela continua sendo uma das figuras mais respeitadas do jornalismo televisivo americano, com histórico de entrevistas impactantes e reconhecimento em premiações da imprensa. Ainda assim, o atual momento político polarizado e altamente midiático impõe riscos concretos a qualquer profissional que se torne alvo direto da retórica presidencial.

A ofensiva de Trump contra King acontece em meio ao esforço contínuo do presidente para consolidar sua base em torno da ideia de que a grande mídia é “inimiga do povo”. Com essa nova investida, o mandatário reforça seu padrão de confrontar diretamente jornalistas e apresentadores em posições de destaque. Resta saber se a CBS seguirá a mesma linha que outras empresas de mídia e cederá à pressão, como parece ter sido o caso recente com Stephen Colbert, ou se manterá King como símbolo de independência editorial diante do poder político, algo cada vez mais raro no cenário midiático atual.

(Crédito da imagem: Reprodução)

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR

Instagram

Twitter