Publicidade

Cecilia Dean, editora e uma das criadoras da revista norte-americana "Visionaire", desembarcou no Brasil para uma palestra no Pense Moda, na qual vai detalhar a criação, expansão e o futuro de uma das publicações mais desejadas pelos fashionistas. Glamurama bateu um papo com ela na Galeria Vermelho. Confira.

* Tudo começou em 1991. Como a primeira edição foi parar nas bancas?

"A gente entrava nas lojas, livrarias e bancas. Saíamos por aí para tentar fazer com que as pessoas acreditassem no projeto. Como tínhamos muitos amigos, eles se tornaram nossos colaboradores artísticos. Para correr atrás de gráficas, recorríamos às páginas amarelas. Também não havia dinheiro e a primeira edição foi impressa numa gráfica especializada em revistas de pornografia. Não tínhamos um publisher e aprendemos muito com isso. A primeira edição contou com 10 mil cópias e hoje o máximo que imprimimos são 4 mil exemplares."

* Não há publicidade na “Visionaire”. Como vocês sustentam o projeto?

"Pagar de US$ 250 a US$ 400 em uma revista é algo extremamente caro comparado aos US$ 20 de uma “Self Service” ou “POP”. Mas temos patrocinadores e assim como a edição 56, Solar, contamos com a ajuda de pessoas interessadas em criar um projeto conosco. A Calvin Klein teve o capital financeiro para bancar essa edição, que ousou ao optar por uma tecnologia exclusiva – a edição muda de cor em contato com a luz solar – e mesmo assim possui a característica minimalista da marca. Isso tem um preço e as pessoas estão dispostas a pagar para ter seu nome vinculado ao nosso produto."

* De onde vêm as inspirações para edições tão singulares?

"É um processo abstrato. Toda semana faço uma reunião de pauta com minha equipe e falamos de novas galerias, tecnologias, internet, novidades, lugares interessantes, Facebook e pequenas ideias começam a surgir. Partindo daí, discutimos do que vamos falar e entramos em contato com patrocinadores e marcas, que também nos procuram com ideias já prontas. É como um quebra-cabeça."

* As festas da revista são superconcorridas. E você está sempre impecável em todas elas. Como define seu estilo?

"Adoro peças clássicas. Mas é importante que me sinta bonita e bem. Adoro roupas que duram – isso é o mais importante. Entre os novos designers, estou apaixonada pela Rodarte. Adoro também Balenciaga, Givenchy, Yves Saint Laurent – gosto muito do trabalho que Stefano Pilati está fazendo na marca. Tudo ultimamente é míni e mulheres reais não usam míni. Essas marcas sabem como fazer isso e muito bem."

* Conhece algum artista – fotógrafo, estilista ou artista plástico – brasileiro?

"Conheço osgemeos e quero que eles participem de uma próxima edição. E também o Alexandre Herchcovitch, Vik Muniz e a Bebel Gilberto. Isso porque eles são internacionalmente conhecidos, mas tenho vontade de descobrir novos estilistas e novos artistas daqui."

Revolucionária: Cecilia Dean em destaque na

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump tenta ressuscitar a franquia Rush Hour ao se aproximar de investidores e de Brett Ratner, num movimento que parece mais político do que cinematográfico. A proposta mistura nostalgia, estratégia cultural e a tentativa de reabilitar nomes controversos, mas enfrenta um mercado que não demonstra demanda real por um quarto filme. O episódio revela mais sobre a necessidade de Trump de reafirmar sua persona pública do que sobre qualquer impulso criativo em Hollywood.
Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise foi o grande nome do Governors Awards ao receber, após 45 anos de carreira, seu primeiro Oscar — um honorário. Em um discurso íntimo e preciso, ele relembrou a infância no cinema e reafirmou que fazer filmes “é quem ele é”. A entrega por Alejandro Iñárritu, seu novo parceiro em um projeto para 2026, reforçou o peso artístico do momento. Nos bastidores, o prêmio foi visto como aceno da Academia a um dos últimos astros capazes de mover massas ao cinema. Uma noite que selou não só um reconhecimento tardio, mas também a necessidade de Hollywood de se reconectar com sua própria grandeza.

Instagram

Twitter