Publicidade
Debora será Lúcia na próxima série da Globo, Segunda Chamada / Crédito: Rede Globo
Debora será Lúcia em nova série da Globo / Crédito: Rede Globo

O que faz de Debora Bloch um dos maiores nomes da televisão brasileira é, sem dúvida, o comprometimento que tem com seus personagens. E, na série ‘Segunda Chamada’, a atriz encara o desafio de interpretar Lúcia, uma professora da EJA (Educação de Jovens e Adultos), que precisa se dividir entre o trabalho e os cuidados com o marido. Para interpretar essa mulher, que representa muitas Brasil afora, Debora conversou com profissionais da vida real e entrou de cabeça na experiência. “Eu fui a algumas EJAS (Educação de Jovens e Adultos), conversei com as professoras, diretoras, assisti aulas. E a primeira escola que eu fui abriu ainda mais a minha cabeça, o que foi extremamente importante para eu fazer essa professora. O que me tocou muito foi ver como os professores são comprometidos com o trabalho e especialmente com os alunos. Eles gostam de ouvir sobre a vida de cada um”, comenta a atriz.

Aos 56 anos, talentosíssima e chique no último, Debora fala sobre a preocupação com os próprios filhos em relação à educação, um dos temas centrais da série, e sua visão sobre a situação do país. “A Julia já se formou e o Hugo está para se formar, falta apenas um ano. Acho que se eles fossem menores, estaria ainda mais preocupada. De qualquer maneira, me preocupo com tudo o que acontece nesse país, com o presente e o futuro”, diz. “O pior de tudo é que estamos aplaudindo atitudes de desumanidade e violência contra índios, pobres, negros, LGBTs, mulheres…”, completa. Confira nosso papo com Debora Bloch e saiba mais sobre ‘Segunda Chamada’ que estreia no dia 8 de outubro!

Glamurama: Na trama você vive uma professora que tem um grande trauma no passado e cuida do marido doente. Como foi a preparação para interpretar Lúcia, uma mulher como tantas que existem no Brasil?
Debora Bloch: Fui a algumas EJAS (Educação de Jovens e Adultos), conversei com professoras, diretoras, assistimos aulas. E a primeira escola que fui abriu ainda mais a minha cabeça, o que foi extremamente importante para eu fazer essa professora. O que me tocou muito foi ver como os professores são comprometidos com o trabalho e especialmente com os alunos. Eles gostam de ouvir sobre a vida de cada um. Eles sabem como o aluno foi parar ali, as dificuldades que ele passa, e quando fui à escola, elas queriam me informar sobre como tudo funcionava. Foi lindo de ver porque é um trabalho muito duro e, mesmo assim, eles estão dispostos.

G: Qual foi a maior dificuldade?
DB: A vida da Lúcia não é fácil, então a história em si gerava uma carga emocional muito forte. Ao mesmo tempo em que chegava exausta em casa, sentia que era uma experiência maravilhosa. Gravávamos também à noite, bem além dos horários de funcionamento das EJAS. Às vezes, as gravações terminavam às cinco da manhã. Essa parte foi difícil.

G: O que você leva de mais importante dessa experiência?
DB: Essa série só reforçou a minha esperança de ver, cada vez mais, esses professores ensinando. Saber que tem gente que acredita que este trabalho vai transformar o país em algo melhor só me fez bem. Acredito que essa seja uma série a ser dedicada aos professores, a esses heróis. Eles precisam ser mais valorizados.

G: Qual cena foi mais marcante para você?
DB: Tudo foi muito relevante, então não teve uma cena em específico. Acredito que todo o processo de construção foi ótimo: ir até as escolas, assistir as aulas, conhecer professores, alunos. Também conhecemos e gravamos em comunidades, uma realidade muito dura. Estamos acostumados a ignorar essa parte da sociedade, torná-los invisíveis. E não pode ser assim.

G: A série retrata a vida nas escolas públicas justamente em um momento em que a educação deixou de ser prioridade para o governo. Acha importante mostrar essa realidade?
DB: Com certeza. Mas, independente do momento político, sempre é importante falar sobre educação. Esse problema não vem de hoje, é algo antigo. Se as EJAS existem, é porque muitas pessoas não tiveram e ainda não têm condições de estudar. Conseguimos notar o tamanho da lacuna que o Brasil carrega.

G: Você tem dois filhos adultos, Julia e Hugo. Se preocupa com o futuro deles no Brasil?
DB: A Julia já se formou e o Hugo está para se formar, falta apenas um ano. Acho que se eles fossem menores, estaria ainda mais preocupada, mas de qualquer maneira me preocupo com tudo o que acontece nesse país, com o presente e o futuro. Sem educação de qualidade, não tem futuro possível.

G: Existem diversas outras questões que transformam esse cenário em um furacão…
DB: O pior de tudo é que as pessoas estão aplaudindo atitudes de desumanidade e violência contra índios, pobres, negros, comunidade LGBT, mulheres. É assustador ver que, enquanto alguns comemoram, nós temos que resistir.

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump tenta ressuscitar a franquia Rush Hour ao se aproximar de investidores e de Brett Ratner, num movimento que parece mais político do que cinematográfico. A proposta mistura nostalgia, estratégia cultural e a tentativa de reabilitar nomes controversos, mas enfrenta um mercado que não demonstra demanda real por um quarto filme. O episódio revela mais sobre a necessidade de Trump de reafirmar sua persona pública do que sobre qualquer impulso criativo em Hollywood.
Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise foi o grande nome do Governors Awards ao receber, após 45 anos de carreira, seu primeiro Oscar — um honorário. Em um discurso íntimo e preciso, ele relembrou a infância no cinema e reafirmou que fazer filmes “é quem ele é”. A entrega por Alejandro Iñárritu, seu novo parceiro em um projeto para 2026, reforçou o peso artístico do momento. Nos bastidores, o prêmio foi visto como aceno da Academia a um dos últimos astros capazes de mover massas ao cinema. Uma noite que selou não só um reconhecimento tardio, mas também a necessidade de Hollywood de se reconectar com sua própria grandeza.

Instagram

Twitter