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Misha Japanwala
Foto; Reprodução/Zayira Ray

Julho vem chegando e com ele brilha um dos destinos favoritos dos brasileiros: Nova York. Pensando nisso, GLMRM entrega uma dica artsy imperdível por lá: confeir a exposição individual da artista paquistanesa Misha Japanwala, intitulada “Beghairati Ki Nishaani: Vestígios de Desvergonha”, que está em exibição na Galeria Hannah Traore.

Para essa mostra, Japanwala se questionou como poderia documentar a vida de corpos queer e femininos que são atacados no Paquistão. Trabalhar com Hannah Traore foi uma escolha natural, já que a curadora tem se dedicado ativamente a dar voz a grupos marginalizados em sua galeria homônima.

A exposição é uma coleção de instalações, com moldes das mãos, mamilos e torsos, além de um vídeo e um lookbook gravados na praia de Karachi, uma cidade costeira no Paquistão, apresentando criativos paquistaneses vestindo peças feitas sob medida que valorizam suas formas. É uma declaração de feminilidade, nudez e aceitação diante da perseguição diária enfrentada pelas mulheres paquistanesas, com estupros, assassinatos e ostracismo crescendo no país.

Japanwala começou a fazer moldes corporais e esculturas durante seu último ano na Parsons (tradicional escola de moda e design de Nova York), e a traçar as conexões entre aceitação, vergonha, moda e escultura. Seu trabalho transita entre os mundos da moda e da arte de uma forma que poucos artistas realmente conseguem, pois sua formação está enraizada no design, mas sua expressão atual a leva a mergulhar na arte e na escultura. Recentemente, atriz Lupita Nyong’o cruzou o tapete vermelho da último prêmio Tony usando uma peça criada para ela por Japanwala, que retratava o torso nu da atriz.

Desde sua formatura, a designer encarou empregos desafiadores e mal remunerados na moda, casou-se com sua parceira e enfrentou várias ondas de rejeição, especialmente da comunidade paquistanesa. Agora, está se dedicando com mais afinco ao universo que criou. “Quando você não está pronto para aceitar e conviver com o desconforto, sua resistência é o que cria essa raiva em relação ao meu trabalho”, compartilhou em uma publicação em seu instagram.

A instalação mais marcante na galeria, sem dúvida, é uma parede com mamilos dourados, moldados em mulheres paquistanesas anônimas. A nudez não é a tese central, mas sim o que a sociedade faz com os corpos, especialmente com os corpos marginalizados de mulheres. “O fato é que essas pessoas estão sobrevivendo, apesar de tudo: apesar da retórica perigosa, do barulho, do que nossa sociedade e cultura nos dizem que precisamos fazer para sermos aceitos”.

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