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A partir de 21 de setembro, a Zipper Galeria, em São Paulo, abre suas portas para a exposição Bosque Neural, da artista Janaina Mello Landini. Conhecida por seu trabalho que une arte, ciência e filosofia, Janaina apresenta uma série de obras inspiradas nas paisagens microscópicas do cérebro humano, promovendo uma reflexão profunda sobre as interconexões entre neurociência e natureza.

Com curadoria de Ana Carolina Ralston, Bosque Neural explora as pesquisas do neurocientista Santiago Ramón y Cajal, considerado o pai da neurociência moderna. No final do século 19, Cajal revolucionou o estudo do cérebro ao utilizar a técnica de Golgi, que lhe permitiu observar e ilustrar as células cerebrais pela primeira vez. Esses desenhos revelaram o que ele chamou de “bosques neurais”, redes intricadas de células que compõem o córtex cerebral e que são responsáveis pela transmissão de impulsos nervosos. Inspirada por esse trabalho científico, Janaina traz à tona as complexas redes de sinapses e interações que formam o cérebro, utilizando essas imagens como base para sua expressão artística.

ciclotrama 355-bosque neural (detalhe)

A série de trabalhos apresentada na Zipper Galeria vai além das representações visuais do cérebro. As obras de Janaina Mello Landini são interpretações poéticas das interconexões invisíveis que governam tanto a mente quanto a natureza. Ela cria estruturas que remetem às formas das árvores, comparando as sinapses cerebrais à fluidez das copas que se interligam. Seus trabalhos tridimensionais, como esculturas feitas de fios metálicos, flutuam no espaço, sugerindo leveza e complexidade. A técnica de Ciclotramas, pela qual a artista é amplamente reconhecida, é uma das bases de suas obras, utilizando algoritmos matemáticos para criar tramas cíclicas que se expandem e retraem, representando o crescimento infinito do pensamento e da vida.

A curadora Ana Carolina Ralston ressalta a profundidade conceitual da exposição. Segundo ela, Bosque Neural não se limita a uma exploração visual, mas também instiga uma reflexão sobre a natureza da individualidade humana, constantemente moldada pelas redes neurais e pela influência da tecnologia. A exposição oferece, assim, uma ponte entre o mundo científico e o artístico, convidando o público a refletir sobre o funcionamento da mente e as infinitas possibilidades de conexão que permeiam nossa existência.

ciclotrama 355 – bosque neural

 

Além das pinturas e esculturas, a mostra inclui obras que parecem lâminas de laboratório ampliadas, em que Janaina desvela as interconexões das células cerebrais. A partir de uma abordagem quase filosófica, ela traduz a complexidade do cérebro humano em uma poética visual que estimula o espectador a refletir sobre a interdependência entre o natural e o científico.

Localizada nos Jardins, a Zipper Galeria é um espaço dinâmico que desde 2010 se destaca por promover a arte contemporânea e oferecer um ambiente inclusivo para artistas emergentes e consagrados. A exposição Bosque Neural fica em cartaz até 1º de novembro de 2024, e a entrada é gratuita, com visitação de segunda a sábado. Esta é uma oportunidade imperdível para quem deseja mergulhar nas fronteiras entre arte e neurociência, apreciando a complexidade da mente humana traduzida em arte.

Serviço: Bosque Neural – Janaina Mello Landini
Abertura: 21 de setembro até 1º de novembro de 2024
Zipper Galeria – Rua Estados Unidos, 1494, São Paulo, SP
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 17h
Entrada: Gratuita

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