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Nélida Piñon
Por Jorge Bispo

Aos 85 anos, completados nesta terça-feira (03), Nélida Piñon mantém o entusiasmo pela vida e pelo desconhecido. Para celebrar a imortal da Academia Brasileira de Letras, GLMRM relembra o ensaio exclusivo para a Revista PODER, no qual a escritora reflete sobre a maturidade e os mistérios da vida.

Por Jorge Bispo/PODER

Dona de uma memória intacta, Nélida enfrenta os desafios impostos pelo tempo na mesma medida em que reconhece as mudanças benéficas trazidas pelos anos.

“A maturidade não diz quem você vai ser, é você que tem que dizer quem será. Eu fui entendendo que a minha tinha que ter menos arrebato, porque fui uma mulher sempre arrebatada pela vida, pela paixão, pelos entusiasmos”, disse.

“Criei espaços livres dentro de mim que eu desperdiçava em muitas coisas e os preenchi com uma curiosidade extraordinária. E com pensamentos. Acentuei meu índice de reflexões. Tenho a sensação que penso de uma forma rápida e conclusiva como nunca. Em termos de criação, enriqueci”

Membro da ABL há mais de três décadas, a escritora foi a primeira mulher a presidir a instituição (1996-1997). “Feminista histórica”, como se autoproclama, acompanhou as conquistas das mulheres ao longo das décadas.

“O movimento é muito importante, mas vejo que há excedências desnecessárias que não acentuam a dignidade laboral da mulher. Fazer coisas na rua, ficar nua, não é isso que vai consolidar o que nós precisamos. Mas não me importo, acho que faz parte do equilíbrio de uma evolução.”

O mistério, no fundo, é o que mais quero conhecer. É o prazer. No fundo, eu escrevo por isso.

Nélida Piñon

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