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Raras vezes em minha vida – se é que existiu pelo menos uma… – senti o que tenho sentido nos últimos tempos. Parece que estou enxergando o mundo e as pessoas através de um filtro, uma névoa. Um olhar meio de fora, se é que dá para explicar. Não apenas um estranhamento mas, sim, um outro olhar. Primeiro fiquei meio reclusa. Depois comecei a sair aos poucos, só em lugares perto de casa. Depois, aos poucos também, mas muito aos poucos, estou abrindo lentamente o leque. Parece que meu senso de observação está mais apurado, mas também parece que estou muito menos ansiosa. Mais centrada. Mais introspectiva. Não estou triste: apenas estou diferente. Pode parecer esquisito uma mudança dessas e, claro, isso ou outras coisas do gênero não acontecem de um dia para o outro. Deve ser resultado de um longo processo que não estava sendo devidamente detectado – sim, deve ser isso. Tem gente que muda de vida, muda de cidade, de país. Gente que sente que aquilo já deu, que precisa de experiências diferentes, se sentir vivo. Eu sou assim também. Sou assim mas sou também assado. Está na hora de sentir outras coisas, de observar e participar de uma outra maneira, sei disso, já percebi. Gosto de mudanças, sinto medo e estranhamento, mas sinto também que se elas surgem é porque são necessárias – e até, porque não dizer, bem-vindas. Quero continuar fazendo coisas interessantes, criar, escrever, estar com pessoas que amo. Acima de tudo, quero estar plena. E feliz.

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