Publicidade

Ele é sensível, engraçado, superesperto, nada atlético. Está longe de ser o seu sonho de macho alfa, mas é carismático, gentil, criativo e seguro de si. Projeta vulnerabilidade ao mesmo tempo em que é confiante. Não é nunca o mais bonito da festa, mas é de longe o mais interessante, e usa essas características a seu favor, fazendo contraste com o gostosão e o galinha típicos: inferioridade física compensada com superioridade emocional. Sim, esse é o negócio dele: emoção. Seu jeito de chegar é sempre criando intimidade rapidamente, sem forçar ou apressar o contato físico. Ele ouve, conversa, corteja, fica próximo. Ela se envolve, se apaixona e a história sempre termina da mesma maneira: vai se distanciando, para de ligar, até que desaparece com uma desculpa qualquer, ou pior, sem nenhuma explicação.

 Foto: Reprodução

Esse é o perfil do Homem Fatal, descrito por Irina Aleksander no "The New York Observer", em dezembro de 2008. Segundo a jornalista, ao contrário do galinha, cuja estratégia é facilmente detectável e risível, o modus operandi do Homem Fatal é mais emocional e controlador do que físico – o que atinge as mulheres em seu ponto mais vulnerável, deixando rastros maiores de destruição. Um exemplo ficcional apresentado no artigo é o personagem Aaron Rose, interpretado por John Patrick Amedori, na série adolescente-perversa “Gossip Girl”. Ele vai se envolver com a louríssima Serena van der Woodsen porque apesar de não ser especialmente atrativo, entendeu em algum momento que poderia ganhar garotas bonitas simplesmente agindo como se elas não o fossem. Como exemplos pop da vida real o artigo apresenta o músico e poeta Ryan Adams que já pegou Alanis Morissette, Parker Posey e Mandy Moore; e o ator Josh Harnett que, além de uma vasta lista de "starlets", já namorou Scarlett Johanson e Sienna Miller, enquanto abordava garotas em bares com o inocente: “Oi, seu sou o Josh”.

 Foto: Reprtodução

"O Homem Fatal não é um mau caráter, e sim uma pessoa viciada em emoções”, é o que explica James, editor de uma revista literária e um dos entrevistados da matéria, que se descreve como um “ex-fatal”. Ele defende que a afeição imediata que o Homem Fatal sente é genuína, embora seja breve. Na sua opinião, ser um Homem Fatal é mais uma aflição do que um comportamento consciente. “Eu acho que você se apaixona pelo sentimento tanto quanto está apaixonado por cada uma dessas pessoas. O Homem Fatal não é um galinha, a questão é que o interesse pelas emoções que o amor causa em você é ainda maior do que pelas pessoas”. As mulheres que já se envolveram com esse tipo de homem concordam que eles não são maus e não acreditam que ajam assim deliberadamente. Segundo Aleksander, o Homem Fatal é uma versão diferente e mais moderna do sociopata porque não é consciente dos seus atos. Mas, como afirma James, “as pessoas que causam mais danos são aquelas que não sabem o que querem. E os Homens Fatais não sabem o que querem”. Confirmando a teoria de que eles não são uns sociopatas, James sente um verdadeiro remorso pelos estragos que já causou. Ele está tentando mudar.

Por Luciana Pessanha

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump tenta ressuscitar a franquia Rush Hour ao se aproximar de investidores e de Brett Ratner, num movimento que parece mais político do que cinematográfico. A proposta mistura nostalgia, estratégia cultural e a tentativa de reabilitar nomes controversos, mas enfrenta um mercado que não demonstra demanda real por um quarto filme. O episódio revela mais sobre a necessidade de Trump de reafirmar sua persona pública do que sobre qualquer impulso criativo em Hollywood.
Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise foi o grande nome do Governors Awards ao receber, após 45 anos de carreira, seu primeiro Oscar — um honorário. Em um discurso íntimo e preciso, ele relembrou a infância no cinema e reafirmou que fazer filmes “é quem ele é”. A entrega por Alejandro Iñárritu, seu novo parceiro em um projeto para 2026, reforçou o peso artístico do momento. Nos bastidores, o prêmio foi visto como aceno da Academia a um dos últimos astros capazes de mover massas ao cinema. Uma noite que selou não só um reconhecimento tardio, mas também a necessidade de Hollywood de se reconectar com sua própria grandeza.

Instagram

Twitter