Publicidade
O gênio vivo da imagem chega ao público em duas frentes: com o longa Brincante, sobre o coreógrafo Antonio Nóbrega, e com o belíssimo Contrastes Simultâneos, livro de fotografia editado pela Cosac Naify||Crédito: Walter Carvalho Divulgação / Revista PODER

Por Pedro Henrique França, para a PODER

Foi seguindo uma intuição despertada a partir de um flash ainda garoto no agreste da Paraíba e, mais tarde, como assistente do irmão, o também cineasta Vladimir Carvalho, que Walter chegou à fotografia e ao cinema. Lá se vão mais de 40 anos e dezenas de assistências, direções de fotografia e de filmes. Neste mês, o gênio vivo da imagem chega ao público em duas frentes: com o longa Brincante, sobre o coreógrafo Antonio Nóbrega, e com o belíssimo Contrastes Simultâneos, livro de fotografia editado pela Cosac Naify. Ele também vem chamando a atenção na televisão, com a talentosa dupla José Luiz Villamarim e George Moura, das séries Amores Roubados e O Rebu. Em Minas Gerais, em meio às filmagens de Redemoinho, novo filme com Villamarim, previsto para 2015, Walter Carvalho conversou com PODER. Revisou a carreira, falou sobre imagem e movimento e disse que há espaço para novidades na TV. “Basta querer mexer nessa caixa de marimbondos.”

O CLIQUE DA FOTOGRAFIA
“Quando muito garoto, passava férias no agreste da Paraíba. Um dia, chegou um cara alto que tirou uma foto da família. O relâmpago que ele produziu ao fazer a foto foi um espetáculo à parte. Pouco tempo depois, vi a imagem em um prato de porcelana e fiquei pensando como aquilo tinha se transformado. Com o tempo, meu irmão mais velho me incentivou a desenhar. Essas coisas foram se acumulando no meu imaginário. Depois, meu irmão me mostrou o livro do filme O Balão Vermelho, que não tinha palavras, só imagens. Folheando o livro, consegui ver toda a história. Tempos depois vi o filme e aí fiquei louco, porque me remeteu a essa mesma sensação da infância. Talvez por isso tenha desenvolvido meu trabalho com a imagem.”

A PALAVRA E A IMAGEM
“O cinema é determinado por duas correntes muito bem definidas: a literatura e a pintura. A literatura pelo código verbal; mas que, por outro lado, só se expressa com a imagem. A diferença básica é que o cinema é a imagem em movimento e a fotografia é uma imagem estática. Muito embora meu livro, por exemplo, tenha fotos em que há movimento na imagem fixa.”

A PALAVRA E A IMAGEM 2
“O real é tridimensional e infinito, a fotografia é bidimensional e limitada. Você trabalha com os códigos da representação, pois nunca se vê o objeto na sua tridimensionalidade simultaneamente, há sempre um ponto cego. Na distância entre o que você está vendo e o que você supõe há uma suposta poesia. Os diretores que entendem essa questão conseguem narrar melhor.”

EU, DIRETOR DE MIM
“Não me sinto à vontade de cuidar da fotografia e da direção. Para mim, são duas tarefas muito complexas. Eu levei um tempo grande para dirigir porque tinha medo. E o medo foi tão grande que me desafiou. O Fellini dizia que ser diretor é ser um semideus. Você manda o cara rir, chorar, fazer sol, chover. E ser semideus é muito complexo. Fazer a fotografia de um filme e dirigir eu acho uma tarefa hercúlea, é como bater a falta e correr para cabecear.”

O CINEMA NA TV
“A televisão não está aberta, mas também não está fechada às novas linguagens. Talvez falte alguém com iniciativa para mexer nessa caixa de maribondo. Já conhecia o George Moura e o José Luiz Villamarim. Quando o Zé me chamou para fazer O Canto da Sereia, exigi operar a câmera. Precisava disso para me sentir mais possuído. Depois levamos isso para Amores Roubados e radicalizamos um pouco mais. No Rebu, o Zé já me chamou para dirigir com ele. Pude mexer na questão da imagem como fotógrafo e como diretor. Isso foi muito prazeroso e resultou em algumas coisas a que não estávamos habituados ainda.”

O OLHAR SOBRE O OUTRO
“Uma vez fiquei pensando no interesse pelo outro. Talvez porque eu não seja um artista e queira entender o outro. Talvez seja uma maneira que eu encontre de ver no outro o que fui ou serei. A única coisa que pode resistir à morte é a arte, porque ela resiste ao tempo. Me sinto muito bem quando estou trabalhando com os artistas, eu me jogo um pouco naquilo. Uma vontade de entender o outro artista para poder me entender.”

 

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR

Especialista defende Meghan Markle após beijo no ar malsucedido na Paris Fashion Week

Especialista defende Meghan Markle após beijo no ar malsucedido na Paris Fashion Week

Durante a Paris Fashion Week, Meghan Markle protagonizou um momento constrangedor ao tentar trocar um “beijo no ar” com o designer Pier Paolo Piccioli, resultando em um leve choque de cabeças. A especialista em linguagem corporal Judi James defendeu a duquesa, afirmando que o erro partiu de Piccioli, que se aproximou demais e usava óculos escuros, dificultando a leitura dos sinais não verbais. Segundo James, Meghan reagiu com elegância e autocontrole, evitando contato excessivo. O episódio mostra como cada gesto da duquesa segue sendo amplamente analisado sob os holofotes da mídia internacional.

Instagram

Twitter