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Stefano Gabbana e Domenico Dolce || Créditos: Getty Images
Stefano Gabbana e Domenico Dolce || Créditos: Getty Images

No mundo da moda, como costuma dizer Heidi Klum, o intervalo para se estar “in” e “out” pode durar menos de 24 horas. E é essa dura verdade que Domenico Dolce e Stefano Gabbana estão aprendendo na marra, nesta quinta-feira, quando foram informados pela YOOX NET-A-PORTER que os produtos que assinam não serão mais vendidos nos sites da holding de comércio online de luxo, ao mesmo tempo em que várias de suas lojas físicas na Ásia precisaram ter a segurança reforçada.

No caso da decisão da empresa que controla plataformas virtuais como o Net-a-porter.com, o Mr. Porter e o Yoox.com, confirmada pelo “Women’s Wear Daily”, trata-se de uma resposta a um vídeo oficial recente da Dolce & Gabbana. Divulgado na última segunda-feira na rede social “Weibo”, o Twitter da China, o filminho mostra uma mulher chinesa tentando comer cannolis, sobremesa típica da Itália, com hashis, aqueles talheres de madeira tradicionais na culinária asiática.

A campanha foi considerada “ofensiva” e gerou uma reação em massa de fashionistas dos quatro cantos do mundo, que a classificaram como “racista” por retratar os chineses “como um povo sem cultura e sem refinamento para comer comidas estrangeiras”, conforme um resumo da polêmica postado no perfil @diet_prada do Instagram. Um boicote contra a D&G chegou a ser organizado na internet, com a hashtag #BoycottDolce.

Mais ativo do que o sócio nas redes sociais, Stefano Gabbana usou seu perfil oficial no Insta (@stefanogabbana) para pedir desculpas, algo que raramente faz quando pisa na bola. “Nossa conta foi hackeada, e nossos advogados já estão cuidando disso. Eu amo a China e a cultura chinesa, e sinto muito pelo que aconteceu”, ele escreveu em um post que já teve mais de 160 mil comentários, a maioria negativos.

Um desfile multimilionário com uma hora de duração que a D&G faria em Xangai nesta quarta-feira também foi cancelado às pressas, e outras gigantes do e-commerce como a Secoo (uma das líderes do segmento varejista na Ásia) e o Alibaba já haviam anunciado que pretendem retirar os produtos da grife de seus respectivos catálogos o mais rápido possível. O consenso no mundinho é que Domenico e Stefano, que não são exatamente estranhos às polêmicas, foram longe demais dessa vez. (Por Anderson Antunes)

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