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Depois de ter vivido um personagem intenso em “Caminho das Índias” – Tarso, que era esquizofrênico – Bruno Gagliasso consegue surpreender o público na pele de um italiano malandro e bom de lábia, em "Passione". Em entrevista ao Glamurama, ele fala das experiências profissionais, dos novos desafios e admite: “A comédia modifica minha vida pra melhor”. Confira.

Como foi sua preparação para compor este personagem?

“Optei por fazer o oposto do Tarso, que em sua loucura santa sofria demais. Em ‘Passione’, resolvi me divertir, mergulhei na comédia italiana. Descobri o sangue italiano que tenho correndo nas minhas veias!  Entre uma novela e outra, você foi do drama à comédia."

Em qual dos dois trabalhos sentiu mais dificuldade?

“Sou um ator técnico. A técnica do drama e da comédia tem a mesma proporção de ‘facilidade’ e ‘dificuldade’. Estou sempre metido nesse ‘abacaxi’, sempre correndo atrás. Nunca acho que já sei.”

Sobre o seu personagem, acredita que ele deva ser punido pelas mentiras e pela bigamia?

“Claro que sim! O Berillo é um personagem que tem uma característica curiosa. Ele tem qualidades incríveis como a velocidade de pensamento, um carisma invejável, uma imaginação enorme. E isso tudo dirigido por um caminho positivo, mais ético, faria dele um ser humano muito interessante. Mas ele opta pela mentira e pela persuasão. Em ano eleitoral, eu acho maravilhoso que o Silvio esteja denunciando ‘os caras de pau’.”

Qual é o retorno que tem tido do público: as pessoas apoiam ou recriminam as atitudes de Berillo?

“O Berillo é um sedutor de alta periculosidade. As pessoas não param de me dizer que morrem de rir com a cara de pau do personagem. Tenho adorado fazer as pessoas se divertirem. O riso, quando não é alienado, é uma grande saída. A comédia modifica minha vida pra melhor.”

Depois deste trabalho, tem intenção de fazer teatro e cinema?

“Tenho. Mas não vou me precipitar. Adoro cinema, por isso tenho me protegido tanto. Gostaria de estrear com um personagem que tivesse alguma questão realmente importante pra sociedade discutir.”

Já pensou em ser diretor também?

“Existe uma curiosidade na minha vida. A cena mais proibida na tevê, aquela que o Junior beijava Zeca em ‘América’, foi codirigida por mim. Claro, por uma gentileza do Marquinhos [Marcos Schechtman] e com o aval da Glória [Perez]. A cena foi ao ar, editada.”

Você e Giovanna Ewbank se casaram há pouco tempo e os dois estão trabalhando intensamente agora. Como tem sido estes primeiros meses de casados?

“Maravilhosos, tive sorte. Eu e Gio nos completamos em aspectos essenciais. Isso é uma riqueza. E nos pontos que precisam ser ajustados, no que ela chama de ‘polir as arestas como diamantes’, temos um diálogo incrível.”

Quando não está trabalhando, como gosta de aproveitar o tempo livre?

“Com a minha família, meus amigos e meus cachorros. E no momento, tenho marcado presença nas poltronas dos teatros do Rio e São Paulo.”

Bruno Gagliasso, como Berillo: do drama à comédia

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