Publicidade
Juliano Salgado e Ivi Roberg na estreia da exposição “Perfume de Sonho: Uma Viagem ao Mundo do Café” || Créditos: João Sal/Divulgação

Durante a abertura da exposição “Perfume de Sonho: uma viagem ao mundo do café”, de Sebastião Salgado, que aconteceu na noite dessa quarta-feira no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, Glamurama bateu um papo com o representante do artista no evento: seu primogênito Juliano Ribeiro Salgado. [Sebastião não foi por motivos profissionais e no momento está na California].

Parecido com o pai e com a mesmo modo de falar – que entrega a alfabetização bilíngue de quem viveu fora muitos anos – , Juliano nasceu em Paris e depois de muitos anos por lá decidiu se fixar em São Paulo. Cineasta, foi ele quem dirigiu o premiado documentário “O Sal da Terra”, que conta sob um viés emocionante a história do pai. Juliano ainda entregou que sua obra preferida da mostra é a fotografia da Fazenda Dutra, que abre a exposição. “Conheço essa fazenda, que fica em Minas”, contou. À entrevista!
(Por Julia Moura e Morgana Bressiani)

Glamurama: Qual é a influência de seu pai em seu trabalho?
Juliano Salgado: “Eu achava que não era influenciado pelo Sebastião. Antes eu queria escolher uma profissão muito diferente da dele, que era ser repórter, aí não ia ser influenciado. Mas na verdade fui bastante, principalmente vendo ele indo fotografar temas importantes e mediar esses eventos com o público, como qualquer jornalista, né? E essa mediação é muito política, é muito interessante porque ela permite sensibilizar as pessoas. É uma profissão importante e que, ao mesmo tempo, te põe em contato com uma realidade muito diferente e de muita aventura pessoal, então isso me influenciou bastante.”

Glamurama: Vocês trocam muitos assuntos e conselhos profissionais?
Juliano Salgado: “Olha, a gente tem várias trocas, mas o Tião, o Sebastião, é muito envolvido nas reportagens dele. Ele tem uma visão do mundo muito particular. Quando a gente se encontra não fala de projetos, fala do presente que a gente está vivendo.”

Glamurama: Vocês se veem pouco?
Juliano Salgado: “A gente se vê pouco mas bastante ao mesmo tempo. Nos encontramos aqui no Brasil ou em Paris, onde meus pais têm uma casa.”

Glamurama: Depois do sucesso de “O Sal da Terra”, quando será seu próximo projeto?
Juliano Salgado: ” O movimento que a gente está vivendo no Brasil é superinteressante. Tem muitos temas se abrindo, é um debate político novo, que nunca tinha acontecido até agora. Estou desenvolvendo em um roteiro policial com a Ivy Rovery que acontece no Espírito Santo e que vai nos questionar sobre a nossa capacidade de nos lembrar do nosso passado muito recente e de analisar o nosso presente olhando para esse passado. Com isso vai ser possível ver o que é novo na nossa política, o que não é e de onde realmente vem as coisas que nos incomodam e que gostaríamos de mudar. A gente está trabalhando nessas questões só que de um viés bem fictício de longa-metragem.” [Ainda no papel, o filme deve ser lançado em 2018.]

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump, Hollywood e um déjà-vu que ninguém pediu

Trump tenta ressuscitar a franquia Rush Hour ao se aproximar de investidores e de Brett Ratner, num movimento que parece mais político do que cinematográfico. A proposta mistura nostalgia, estratégia cultural e a tentativa de reabilitar nomes controversos, mas enfrenta um mercado que não demonstra demanda real por um quarto filme. O episódio revela mais sobre a necessidade de Trump de reafirmar sua persona pública do que sobre qualquer impulso criativo em Hollywood.
Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise enfim leva seu Oscar…

Tom Cruise foi o grande nome do Governors Awards ao receber, após 45 anos de carreira, seu primeiro Oscar — um honorário. Em um discurso íntimo e preciso, ele relembrou a infância no cinema e reafirmou que fazer filmes “é quem ele é”. A entrega por Alejandro Iñárritu, seu novo parceiro em um projeto para 2026, reforçou o peso artístico do momento. Nos bastidores, o prêmio foi visto como aceno da Academia a um dos últimos astros capazes de mover massas ao cinema. Uma noite que selou não só um reconhecimento tardio, mas também a necessidade de Hollywood de se reconectar com sua própria grandeza.

Instagram

Twitter