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Musical conta com oito atores que ainda cantam e tocam 40 instrumentos em cena || Crédito: Divulgação

“Não vai ser um musical convencional”, manda avisar o diretor de “Gilberto Gil, Aquele Abraço”, Gustavo Gasparani. Com estreia para convidados nesta quarta-feira e para o público na sexta, o espetáculo sobre a carreira de Gil vai trazer ao palco do Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, oito atores-cantores-instrumentistas que se revezam entre tocar, cantar e declamar trechos de quase 100 músicas do compositor – com mais de 40 instrumentos diferentes. O musical é dividido em 12 temáticas, passando por todas as fases de Gil, como o sertão, a Tropicália, a ditadura, a negritude, a religião e a tecnologia, até chegar a sua fase mais zen.

E para quem quer saber quem é o ator que vai interpretar Gil, a resposta é: nenhum. O musical não tem personagens fixos e tampouco é uma biografia de Gil. “É quase como uma exposição”, explica o diretor. Quase todo o texto da peça é feito com pedaços das letras do próprio Gil, mesclado com falas pessoais dos atores sobre o cantor e compositor.

No time dos atores: Alan Rocha, Cristiano Gualda, Daniel Carneiro, Gabriel Manita, Jonas Hammar, Luiz Nicolau, Pedro Lima e Rodrigo Lima. O espetáculo tem produção de Sandro Chaim. (Por Denise Meira do Amaral)

Glamurama: O que o público vai encontrar no espetáculo?
Gustavo Gasparani: “O Gil é um artista de vanguarda, um farol da nossa cultura. Então o musical dele não podia ser convencional. Não vai ser uma biografia. O próprio Gil não queria que fosse. O musical vai ser quase como uma exposição, dividida em quadros temáticos que tem a ver com universo musical do Gil.”

Glamurama: Quais são as temáticas?
Gustavo Gasparani: “São 12. O primeiro fala sobre o Gil compositor, o segundo sobre a musicalidade baiana, depois sobre a influência do sertão como o Luiz Gonzaga, o quarto é sobre um quadro mais político, sobre a Tropicália e a ditadura, o quinto fala sobre a fase do Gil mais zen e suas canções sobre o amor, o sexto sobre a negritude, o sétimo sobre os orixás e o candomblé, o oitavo sobre a viagem científica e tecnológica e a preocupação do homem com o planeta, o nono chama a canção e o tempo, que perpassa por toda obra dele, passando inclusive pela morte, depois vem Gil de todos os ritmos, com os momentos da carreira dela com os atores falando os textos de outros sobre o Gil ou textos dele próprio. O 11º fala sobre a metáfora, já que de um poeta nunca se espera a lógica, e o último, chama-se ‘Viva São João’, uma grande festa de agradecimento.”

Glamurama: São quase 100 músicas do Gil em cena, né?
Gustavo Gasparani: “Sim. As letras vão vir em forma de música cantada, letra falada como poesia ou ainda como depoimento pessoal dos próprios atores em cena. Como todos no elenco têm mais de 40 anos, a música de Gil marcou profundamente a vida de todos nós.  É como se a gente mergulhasse na partitura e descobrisse um universo próprio, com projeções, telas led; bem multimídia.”

Glamurama: Como foi a preparação para escrever e dirigir esse musical?
Gustavo Gasparani: “Eu li todas as canções do Gil. Ouvi a todas as músicas e fui dividindo elas por temas até chegar em 12. Eu também li muitos livros sobre ele. Procurei ser o mais intuitivo possível.”

Glamurama: O que mais te encanta no Gil?
Gustavo Gasparani: “A delicadeza e a profundidade das letras. Ele é praticamente um filósofo, que através da canção pôde difundir suas ideias.”

Glamurama: O Gil e os filhos já assistiram?
Gustavo Gasparani: “Os filhos assistiram semana passada e gostaram muito. Eles acharam que o pai vai gostar, porque é uma dramaturgia muito livre. Ela sai da estrutura clássica. Eles acharam que representa bem a obra do pai. Foi meu maior presente às vésperas da estreia [risos]. O Gil vai na quarta.”

O diretor Gustavo Gasparani || Crédito: Divulgação

“Gilberto Gil, Aquele Abraço – o Musical”
Quando: 18 de março a 29 de maio de 2016 – Quinta e Sexta às 21h; Sábado às 18h e 21h30; Domingo às 18h
Onde: Teatro Procópio Ferreira  – rua Augusta, 2823 – Jardins, São Paulo
Preços dos Ingressos: Setor 1 – R$120,00; Setor 2 – R$50,00

 

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