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MORTE E VIDA

Neste ano do centenário da morte de Liev Tolstói (1828-1910), a Cosac Naify está lançando “Ressurreição”, que carrega a credencial de ser o último livro publicado em vida pelo escritor e sai agora no Brasil em sua primeira tradução diretamente do russo, feita por Rubens Figueiredo.

Este livro completa o trio dos grandes romances de Tolstói, ao lado de “Anna Kariênina” e “Guerra e Paz”, que tem lançamento previsto para 2011.

Baseado em fatos verídicos, o livro relata a história do príncipe Nekhliúdov que, ao ser convocado a integrar um júri, reconhece na ré a criada Máslova que ele engravidara anos antes. A criada havia se entregado à prostituição até ser detida sob as acusações de roubo e envenenamento de um cliente, e acaba sendo condenada a trabalhos forçados na Sibéria. O príncipe russo busca a salvação de Máslova e sua própria redenção espiritual, se despojando das riquezas e honrarias do mundo.

O episódio fora relatado a Tolstói pelo jurista e escritor Anton Fiódorovitch Koni (que também forneceu a Dostoiévski elementos que apareceriam em “Os Irmãos Karamázov) e sensibilizou o escritor russo, que teria encontrado no fato semelhanças com sua vida.

Na opinião de Rubens Figueiredo: “o romance pinta um quadro inequívoco da sociedade russa em vias de se modernizar. A crítica desce aos fundamentos humanísticos desse processo, desmascarados em face do significado do sistema judiciário e prisional, que se revela aos poucos ante os olhos atônitos do heroi. ‘Qual é o sentido da justiça? ’ indaga a Nekhliúdov o seu cunhado, um alto funcionário da Justiça. ‘A manutenção dos interesses de uma classe’, responde Nekhliúdov.”

No centenário da morte de Tolstói, Cosac Naify lança o último livro publicado em vida pelo escritor

Por Anna Lee

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