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Ninguém entra mais em pânico no Natal do que o Grinch
Ninguém entra mais em pânico no Natal do que o Grinch || Créditos: Reprodução
Ninguém entra mais em pânico no Natal do que o Grinch || Créditos: Reprodução

(Por Julia Furrer para a Revista J.P)

Todo ano é a mesma coisa. Primeiro os panetones invadem sorrateiramente o supermercado antes de novembro chegar. Depois surgem as luzinhas, aos poucos, até transformarem a cidade em uma espécie de circo. Os shoppings ganham papais noeis, o trânsito passa a ficar carregado, os caminhões da Coca-Cola começam a circular e pronto. Já é Natal. Tão clichê quanto isso tudo é o sentimento de angústia que nos acomete. Começa o balanço do ano que passou, a corrida para comprar presentes e, claro, os inúmeros eventos obrigatórios desse período. É um tal de happy hour do trabalho, amigo secreto da turma do colégio e reunião de fim de ano dos amigos de infância que, ao término da maratona, estão todos exaustos e com a sanidade comprometida – a ponto de discutir ferozmente por causa de uma vaga no estacionamento do shopping. A psicóloga e especialista em terapia familiar pela Unifesp Marina Vasconcellos atesta: “Há uma energia aflitiva no ar”. Segundo ela, uma das maiores causas de ansiedade durante esse período é o excesso de cobranças que passa a nos perturbar. Quem não vai a todos os eventos é considerado antissocial, quem dá pouca caixinha para os funcionários ganha fama de mão de vaca e ai de quem sofre com o fato de ter de ir para o interior passar a noite com a família. “As pressões aumentam muito e as pessoas se veem obrigadas a agir de um jeito hipócrita”, afirma Marina. Pessoas que não se encontraram o ano inteiro (e que provavelmente têm bons motivos para isso) precisam interagir e até fingir que se gostam. Tem também a obrigação de estar acompanhado e se sentir feliz e agradecido. “Quem não conseguiu realizar o que gostaria ou está na solidão fica ainda mais aborrecido com essa exigência.” J.P se joga no tema e lista alguns dos momentos mais constrangedores – e frequentes – do período. Meta da vez? Não noiar tanto, afinal, ano que vem tem mais!

Caixinha de Natal

Problema: A crise está pegando e os pedidos estão por toda a parte. Porteiros, carteiros, passeadores de cachorro e manobristas. Quem não dá nada corre o risco de ser maltratado durante o ano que vem.

Solução: Comprar lembrancinhas (tipo panetone) e distribuir. O que importa é a data não passar batido.

Amigo secreto

Problema: Todo mundo saberá quem tirou quem depois de dois dias do sorteio dos nomes, haverá piadinhas sem graça depois do “meu amigo secreto é…”, e claro, você vai ganhar algo muito pior do que deu.

Solução: Se tiver mesmo de participar, cole naquele parente que adora absolutamente tudo sobre a data e tente entrar no clima.

Estacionamento do shopping

Problema: Está sempre cheio e achar uma vaga é missão impossível. Para piorar, as pessoas são mal-educadas e o valet custa os olhos da cara.

Solução: Vá de táxi, oras. Ou, para ficar melhor, use a bike que ainda por cima é ecológica. Tem pânico só de pensar no shopping cheio? Se jogue nas compras on-line.

Ansiedade infantil

Problema: Na noite de Natal, as crianças querem abrir os presentes logo e perguntam de dois em dois minutos sobre o jantar.

Solução: Quem foi que disse que só pode comer depois da meia-noite, mesmo? Liberte-se da tradição e seja feliz. Sua noite vai ser muito melhor quando eles já estiverem na cama.

Produção da ceia

Problema: É difícil acertar o ponto do peru e sempre vai ter um parente para reclamar das uvas-passas no arroz.

Solução: Não perca tempo e encomende sua ceia em algum bom banqueteiro. Se alguém reclamar, a culpa é dele.

Trilha sonora

Problema: Ninguém aguenta mais a Simone e só de ouvir os primeiros acordes de “Então É Natal…” dá vontade de chorar.

Solução: Faça uma playlist com os hits mais animados do ano.

Look

Problema: Gastar horas se arrumando para ir até a sua própria sala e ficar só com a família.

Solução: Combine um after com os amigos mais animados e aproveite o look.

Maratona

Problema: Ter de se desdobrar entre os eventos da sua família e os do parceiro.

Solução: Passe a ceia do dia 24 com um e o almoço do dia 25 com o outro. Ninguém merece dobradinha no mesmo dia.

Dieta

Problema: Mil tentações tipo bombas calóricas e férias de biquíni à vista.

Solução: Vale a velha regra das nutricionistas: coma tudo, mas com moderação.

Parente chato

Problema: Tem o que bebe além da conta, o que insiste em discutir política e o que faz comentários desagradáveis.

Solução: Tome uns florais e enfrente a situação com bom humor. Evite ao máximo entrar na discussão.

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