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Fidel Castro
Fidel Castro
Fidel Castro || Créditos: Getty Images

O terceiro chefe de estado que mais tempo ficou no poder, atrás apenas da rainha Elizabeth II, do Reino Unido, e do rei Bhumibol Adulyadej, da Tailândia, Fidel Castro completa 90 anos de vida neste sábado. A idade avançada, no entanto, deve ter um sabor especial para o líder cubano, que ao longo dos quase cinquenta anos em que esteve no poder escapou, segundo ele próprio, de 638 tentativas de assassinato.

Essa história, aliás, foi tema de um documentário exibido em 2006 pelo canal inglês Channel 4, “638 Ways to Kill Castro”. E embora tenha vivido a maior parte do tempo sob o risco de morte, Castro costumava fazer piada sobre o assunto. “Se sobreviver a tentativas de assassinato fosse um esporte Olímpico, eu já teria ganhado a medalha de ouro”, ele disse certa vez.

Glamurama selecionou as cinco tentativas de assassinato mais mirabolantes que Castro sofreu ao longo da vida, e como ele escapou de cada uma delas. Confira:

Fidel Castro quando ainda fumava || Créditos: Getty Images

1. Logo que assumiu a presidência dos Estados Unidos, em 1961, John Kennedy ordenou que a CIA montasse uma operação para derrubar o governo de Castro. Batizada “Operação Mongoose”, a força-tarefa em nada devia aos filmes de James Bond no quesito ousadia e criatividade. Uma das tentativas de acabar com Castro bolada por seus agentes foi a criação de um charuto que continha toxina botulínica em quantidade suficiente para matá-lo, mas o plano não foi pra frente. Vale lembrar que Castro parou de fumar em 1985, por questões de saúde. Questionado sobre a decisão na época, ele se saiu com essa: “A melhor coisa que você pode fazer com um maço de cigarros é dar de presente para um inimigo.”

Fidel Castro praticando mergulho || Créditos: Getty Images

2. Praticamente de mergulho, Castro costumava praticar o esporte na companhia do francês Jacques Cousteau quando este o visitava em Cuba. Mais uma vez, a CIA tentou se aproveitar do hobby dele para tentar matá-lo. Um plano elaborado pela agência americana em 1963 consistia em presentear Castro com um traje completo de mergulho infectado com o bacilo causador da tuberculose. Caberia ao espião James Donova, interpretado por Tom Hanks no filme “Ponte de Espiões”, a tarefa de fazer com que o traje chegasse às mãos do líder cubano, algo que nunca aconteceu. Mesmo assim, Donovan e Castro mergulharam juntos algumas vezes na Baía dos Porcos.

3. Fã de Ernest Hemingway, o líder cubano era frequentador assíduo da casa de praia que o escritor americano possuía em Cuba. Foi na propriedade conhecida como “Finca Vigía” e localizada em San Francisco de Paula, aliás, que Hemingway escreveu a maior parte de “Por Quem os Sinos Dobram”, citado até hoje por Castro como sua obra favorita. De novo sob a ordem de Kennedy, a CIA considerou implantar uma bomba na casa, que passou a pertencer ao governo cubano em 1961 após a morte de Hemingway. Essa hipótese foi cogitada depois que a viúva do escritor, Mary, deu uma entrevista para o “The New York Times” na qual falou sobre uma visita de Castro ao local, quando ele apareceu com apenas alguns seguranças, o que para a CIA soou como uma oportunidade perfeita, mas que acabou não saindo do papel.

Marita Lorenz e Fidel Castro || Créditos: Getty Images

4. Alguns anos antes, em 1959, a CIA também recrutou a amante de Castro na época, Marita Lorenz, para tentar matá-lo. O trabalho dela seria envenenar o líder cubano com pílulas que ela escondeu em um pote de creme para o rosto. De todas as tentativas da CIA, esta foi uma das que quase deram certo, não fosse pela falta de coragem de Marita: quando descobriu as intenções da amante, Castro lhe deu um revólver e pediu que ela atirasse nele “olhando em seus olhos”. Marita não conseguiu atender o pedido.

Fidel Castro apresentando um programa de rádio || Créditos: Getty Images

5. Outra tentativa mirabolante de matar Castro partiu da ideia de que ele só se mantinha no poder graças a sua imagem de infalível. Como ele também estrelava um programa de rádio, a CIA cogitou implantar um galão de LSD no estúdio de onde ele apresentava a atração, com a esperança de que os cubanos, ao ouvirem seu líder totalmente desorientado no ar, iriam eles mesmos providenciar seu afastamento. De novo, não deu certo. (Por Anderson Antunes)

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