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Gloria Perez // Crédito: Ju Rezende

No próximo ano, ‘O Clone’ completa 20 anos de sua estreia, e continua conquistando o público como uma das maiores obras da carreira da autora Gloria Perez. Nesta segunda-feira, 12, a novela começa a ser reprisada no Globoplay como parte do projeto de resgate de clássicos para o público ver e rever quando e onde quiser. “É uma história muito humana, e com temas muito atuais: clonagem, dilemas éticos, experiências com as quimeras, dependência química, dramas familiares, amores. E existe também o aspecto muito lúdico da cultura muçulmana, a beleza das vestimentas, das maquiagens, das danças, os costumes…”, pontua a autora. “Muito orgulho, com gratidão de poder ter mostrado um mundo novo, uma nova cultura, numa época que nem existia internet”, avalia Giovanna Antonelli.

Glória Perez conta como surgiu a ideia de ‘O Clone’: “A novela nasceu da impressão que me causou o nascimento da Dolly. Se era possível clonar uma ovelha, em tese, seria possível também clonar um ser humano. E que problemas de identidade teria esse indivíduo? Que lugar no mundo, como a cópia de alguém? Eu quis pensar sobre isso e escrever é um jeito de pensar sobre as coisas que nos interessam. A experiência da clonagem humana suscita muitas questões éticas e filosóficas. Por um lado, é a tentativa do homem de criar uma vida, pondo-se num lugar até então só concebido a Deus. Era o homem ocidental desafiando Deus. Para falar sobre isso, fui buscar o contraponto na cultura muçulmana. E por isso eles entraram na história”, explicou ela, e continuou “Foi um trabalho de muita pesquisa, porque se trata de uma cultura muito diferente e que sempre chegava a nós através de estereótipos. Estive no Cairo e no Marrocos, convivendo com pessoas comuns, participando de seus cotidianos, estive com sheiks, estudei o Alcorão. Assim, me preparei para contar a história: de modo que os muçulmanos se reconhecessem, com os cuidados para não ferir sentimentos religiosos. E buscando, como em todos os meus trabalhos, falar da diversidade, lembrar que, para além do nosso umbigo, nossa visão de mundo é apenas mais uma, entre tantas outras.”

Outro assunto que a dramaturga trouxe para a trama foi o problema com drogas, representado pela personagem Mel (Débora Falabella): “Para escrever sobre dependência química, fiz também uma pesquisa de campo. Como em todas as minhas novelas, escolhido o tema, fui conversar com as pessoas que viviam essa condição, frequentando clinicas e ouvindo, diretamente, os relatos dessa vivência. Até então eu sabia dos dependentes químicos pelo que ouvia dos médicos, dos familiares, da polícia. Quis dar voz a eles. E perguntar, como sempre, o que gostariam de dizer para a sociedade. Esse foi o caminho.” Mesmo depois de quase 20 anos, ‘O Clone’ continua mobilizando o público. A que atribui esse sucesso? “É uma história muito humana, e com temas muito atuais: clonagem, dilemas éticos, experiências como as quimeras, dependência química, dramas familiares, amores. E existe também o aspecto muito lúdico da cultura muçulmana, a beleza das vestimentas, das maquiagens, as danças, os costumes…”

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