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Um dos novos looks assinados por Viard || Créditos: Reprodução
Nova coleção de alta-costura da Chanel || Créditos: Reprodução

Duas das maisons mais importantes da França (e do mundo, diriam alguns) apresentaram suas novas coleções logo no início da semana de alta-costura de Paris, que está rolando online pela primeira vez em sua história, por causa da pandemia de coronavírus. O outono/inverno que a Chanel apresentou em Paris nesta terça-feira, mostrou um evidente “chacoalhão” em relação ao legado deixado por sua fundadora, Coco Chanel, que era constantemente revisitado por Karl Lagerfeld, o diretor-criativo da grife entre 1983 até sua morte em fevereiro desse ano.

Atualmente comandada por Virgine Viard, que foi braço direito do kaiser, a Chanel sob a ótica da estilista de 58 anos tem toques de rock’n’ roll e inspiração nos anos 1980. Não por acaso, uma das musas dela é a princesa e socialite alemã Gloria von Thurn und Taxis, que arrasava nas discotecas parisienses quase quatro décadas atrás e é praticamente parte da história do lendário Le Palace – hoje em dia um respeitável teatro – mas que funcionou como um dos nightclubs mais badalados da capital da França entre 1978 e 1985.

O tweed foi mantido por Viard, claro, que usou o tecido favorito da Mademoiselle para criar vestidos e tailleurs com um ar mais modernista, quase punk, abusando de cores fortes como o roxo e o chumbo. Descritas com adjetivos incomuns como “monástica” e “afeminadas”, as peças agradaram a crítica especializada.

Já a Dior, que também ganhou elogios ao mostrar seus novos looks na véspera, abusou dos tons pastéis e dos cortes clássicos e geométricos em sua coleção de outono/inverno, em uma quase superprodução com ares retrô e mágicos. Apesar da fase difícil pela qual o mundo passa, a italiana Maria Grazia Chiuri, que comanda a maison desde 2016, se mostrou bastante focada.

“Minha inspiração foi o Théatre de la Mode”, ela disse em entrevistas concedidas pelo Zoom, em referência aos figurinos criados por designers parisienses com muito improviso no fim da Segunda Guerra Mundial, quando materiais bons eram escassos. “Criar em meio ao caos é algo que acaba aguçando a criatividade”, Chiuri explicou.

Tanto a Chanel quanto a Dior também reforçaram seus times de cinegrafistas nos últimos meses, já que a suspensão de seus desfiles como eram no passado e sua substituição por lives tornaram a necessidade desses profissionais nos quadros das empresas de moda ainda maior. Além disso, as duas maisons também trabalham para criar novas formas de se comunicar com seus consumidores finais, sobretudo no pós-venda, algo que até então não levavam muito a sério. O que se viu nas passarelas virtuais das duas gigantes foi, de certa forma, um aperitivo das mudanças que toda a indústria fashion sofrerá por causa da pandemia. (Por Anderson Antunes)

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Abaixo, o vídeo de lançamento da nova coleção da Chanel e da Dior:

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